segunda-feira, dezembro 28, 2009
sexta-feira, dezembro 18, 2009
que corta o vento,
tento (sereno) me segurar...
(moro em castelos
de areia, ilhas, poemas:
sei que assim será sempre
um problema conseguir me encontrar)
Mas, ainda que a minha vida
seja uma tola ilusão,
entrego a ela (mesmo sozinho)
todo este meu coração.
Filipe Couto.
..
Hoje fui ao shopping e senti toda aquela agitação nas pessoas: escolhas de presentes, filhos tirando fotos com o Papai Noel, parando para lanchar ou tomar a clássica casquinha do McDonalds. Às vezes, passo tanto tempo em casa, afogada em papeis, projetos e compromissos com eles que fico desanimada até para descer e caminhar na praia, ver o crepúsculo em dias de sol. Quando saio assim (pode parecer bobagem), mas às vezes é como se conseguisse encontrar sentido pra vida, um sentido simples com bases em momentos corriqueiros, mas que por parecerem povoados de pessoas queridas, acrescentam mais cor à vida. Sinto-me animada pelo dia que está a escurecer, pela noite que já se anuncia... pelo cheirinho de roupa limpa em meu travesseiro... por estar viva, por ser Natal.
Mi.
Sobre Cicatrizes
Não pudeste ser
o meu refúgio, a minha mina escondida;
foste antes o palco iluminado em que
se apresentaram sonhos, medos e feridas.
Para te lembrar, não precisarei de retratos:
bastará olhar o meu próprio peito com cuidado.
(serás sempre a minha mais linda cicatriz)
quinta-feira, dezembro 17, 2009
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Mi.
quarta-feira, dezembro 16, 2009
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Depois da Defesa e dos comprimissos todos que, ante um curso assim, acabamos assumindo, um vazio parece ser cavado dentro de nós, nos dias que ficam mais longos... Desdobramentos uns dos outros, extensão de nadas.
Ando sem vontade de ler, de estudar... Já comecei a escrever dois artigos pra publicar em revistas, mas falta a vontade de continuar. Antes de dormir, é certo!, penso, penso que é uma beleza! O ideal seria levantar da cama nessas horas e escrever tudo o que vier à mente. Mas acabo esquecendo de mim nessas reflexões. Quando percebo, já adormeci e, no outro dia, cadê as ideias??? Mal consigo encontrar uma nas prateleiras da memória empoeiradas pelo breve tempo. Poisss. Comecei a escrever o livro que sempre sonhei, As três Marias no qual pretendo abordar os perfis psicológicos de três mulheres pertencentes a séculos distintos. Uma do XIX, outra do XX e a última do XXI. Minha ideia é mostrar como as elas sonharam com um tempo em que pudessem ser livres para fazerem as próprias escolhas. No entanto, chegado esse tempo, ainda há mulheres com amarras. Mas, agora, afetivas e psicológicas. Não mais presas à sociedade cruel oitocentista, por exemplo; todavia, conseguiram encontrar novas formas de prisões: carências afetivas, baixa auto-estima, desorientação diante da vida e dos dissabores. A minha pergunta a mim mesma é "Será que conquistamos mesmo nossa liberdade?". Eu procuro me sentir o mais livre que posso,para seguir meus caminhos e tomar minhas decisões. Mas atenho pensado que sempre estarei presa a algo, nem que esse tal algo seja qualquer coisa ainda sem nome que levo, a esmo, dentro de mim mesma.
Mi.
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Saudade de duas amigas
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Em janeiro, fará dois anos que nos afastamos. Vocês foram as amigas mais completas que alguém pode ter. O começo da nossa amizade, abençoada pelo Sol da Bahia, estendida ao do céu carioca, foi encantadora. Shows, letras, fotografias inesquecíveis, viagens lindas (cheias de frio e de calor), cumplicidade, doação. Assim éramos nós três. Perfeição? Não. Não estou falando de perfeições. Mas de um trio querido que chegava e saía junto da faculdade, na Tijuca. Sempre amparadas pelos pais de uma delas que nos "adotou" as duas. E nós a ele. Trabalhos ajudados, curso de inglês compartilhado... Jantares sábado à noite.
Sei que jamais, jamais, nos falaremos algum dia. Talvez, jamais as veja novamente. Eu até evitos revê-las. Deixei uma de vcs de fora, tranquei-a outsite quando vc tinha aberto as portas da sua casa, da sua geladeira, do seu guarda-roupa para nos abrigarmos. Deu-nos seus pais, seus avós, sua família. Presentes de Natal e milhões (milhões) de perdões.
Mas há erros mesmo sem desculpas. Nem peço por elas, porque acredito não ter direitos. Às vezes, na vida, enfiamos os pés pelas mãos e quando nos damos por si, já sopramos para bem distante pessoas importantes demais para conseguirmos ser felizes sem elas. E eu queria hoje dizer que estive imensamente feliz nos sonhos da noite passada. Porque as tinha novamente ao meu lado. E foi como nos velhos tempos. Todos nós. Seus pais, sua avó e nós três juntas no fundo do carro. No sonho, faltou-nos cantar as canções do Roupa. Mas como Freud diz "Nem um esquecimento é inocente". E, se não sonhei com esste detalhe, foi porque, de fato, minha fase RN ficou, graças!, no passado. Saudades distantes. Carinho eterno.
Amizade embrulhada com amor, na prateleira das minhas mais doces memórias.
Mi.
quarta-feira, dezembro 02, 2009
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A pergunta que me fazia enquanto vi o segundo filme da saga "Crepúsculo" foi "Quem poderia imaginar que, em pleno século XXI, uma obra sobre vampiros ainda pudesse levar tanta gente ao cinema?" (Sim, pq no cinema é muitooo melhor!).
Vi o primeiro em Recife, em janeiro. Na verdade, entramos eu e minha prima Carol (as duas já distantes da adolescência) no shopping sem ideia do que veríamos, pq nem na internet havíamos checado qq coisa sobre. Um tiro no escuro e um fim de tarde super agradável, sob a influência do olhar caramelizado do Eduard Culler.
Comentários bonzinhos à parte, vejo o lado nada original do livro: começar falando sobre Romeu e Julieta como pista do que se trataria o restante da história? (Pensei: Hum... já vi isso antes, mais precisamente na leitura da peça "Castro", na faculdade. Quando, no início, a protagonista lê o canto sobre Inês de Castro n'Os Lusíadas. Isso sugeria, naturalmente, algo eminentemente ruim para acontecer).
Até aí, perdoamos, claro! Afinal, como diria o ditado populcar:"Não existe uma ideia que nunca tenha sido pensada" ou... "Nada se cria, tudo se copia".
As cenas que alternavam as imagens de lobo seguidas de homem (ou vice-versa), até onde imagino, foram as mais caras do filme que se passa em uma linda cidade super arborizada. Florestas incríveis do oeste dos EUA. Também me perguntei, por que o epíteto "Lua Nova"? Por que a lua estava nova para a mocinha? (nem lembro o nome da personagem feminina). Mas a resposta era pq ela estava entre dois amores: como a lua entre a terra e sol? Apagada? Cinza, preta ou azulada como é descrita a Lua Nova podendo ser vista apenas durante o dia, quando a incidência do sol é mais evidente?
Somos todos um pouco lua nova, anyway!...
Bem, no mais, foram horas agradáveis (menos que a do primeiro filme), mas me distraí. O ar do cinema estava funcionando, a tela e os sons idem. Portanto, deixo meu comentário sobre, já que é essa uma das propostas dos blogues: liberdade de expressão para postar imagens, poemas, recortes de diários, letras de canções etc. Bobagens minhas. Nada mais.
Mi.
Tocando em frente
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Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu sei
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz!...Composição: Almir Sater e Renato Teixeira.
segunda-feira, novembro 30, 2009
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A ideia é "ando sem inspiração", com vontade, mas sem entusiasmo para escrever. Não sei se é porque escrever me lembra "ter de estudar pra concursos" e termino por me petrificar diante do compromisso sério que preciso, de vez, assumir comigo. Porque, no final de tudo, é a nós mesmos que temos de prestar contas. Já que a escrita está rareada, as leituras nem tanto. Posto um excerto do livro "As pequenas memórias" de Saramago, quando ele diz "Foi um instante, nada mais que um instante, mas a lembrança dele durará o que a minha vida tiver de durar". (p. 20).
Posto ainda esse textinho pequenino abaixo, de Guimarães.
A todos, Namastê.
Mi.
"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem" Guimarães Rosa.
P.S. Li essa recorte na página da amiga Elisângela.
Elis, obrigada por compartilhar suas leituras. Que meu carinho chegue até aí ao Porto. Beijos, flor.
quarta-feira, novembro 25, 2009
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A primeira vez que me encantei pelas imagens de POA foi durante aquela minissérie adpatada do romance "A casa das sete mulheres". Claro... as paisagens dos canyons, o verde espetacular do Rio Grande somados às aventuras do guerreiros "farropilhas" e da história de Manuela Ferreira encantam e marcam. São lembranças convidativas que sempre me seduziram. POA é uma cidade encantadora. Minha amiga Bibiana, da época de faculdade, costumava me contar sobre sua cidade. Narrativas de viagens sempre me fascinaram.
O Parque Farroupilha e todo aquele verde permeando a caminhada dos moradores tomando seu chimarrão, lindas crianças alegres passeando no Lago Negro... pareciam fazer parte de uma pintura renascentista. As imagens "presentificadas" se misturaram às que guardava do RS, enquanto via a série brasileira. Tudo se confirmou...
Gramado (Hum... longo suspiro!) parecia ter sido criada por algum santo casamenteiro, porque é belissimamente romântica, com seus lindos lagos, cachoeiras e fábricas de chocolates. Às vésperas do Natal, então, tudo parecia conspirar para a ideia de que Gramado tb foi feita por mãos de fadas benfazejas, soprando o pó mágico das cores em vermelho e verde natalinas. Fui feliz, extasiadas diante das paisagens que veria. Voltei com vontade de regressar "as soon as possible". E, quando, ou se, isso acontecer, quero respirar novamente o ar do Rio Grande do Sul como alguém que respira ares de recantos mágicos a purificar tudo por dentro.
Mi*
domingo, novembro 22, 2009
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"Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível."
Diego Marchi.
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"Every day can be a beautiful day.
Just take a look around you
and think about all of the
wonderful things you have
to be thankful for...
the sunshine,
roses,
laughter,
close friends,
family,
music,
and beautiful dreams.
The storm is never
half as bad as it seems.
Don't let the rain ruin your day.
When the dark clouds move in
just smile,
because the good times
are on the way".
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terça-feira, novembro 10, 2009
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São nos momentos mais simples do cotidiano que, por vezes, as perguntas que nos fazemos encontram suas respostas. Hoje quando saí de casa pra pegar o ônibus na praia, reclamei comigo mesma dos quarteirões que pareciam não chegar ao fim. Tentava me dizer que deveria agradecer à Vida por estar debaixo daquele lindo céu ensolarado, exalando saúde e fazendo parte daquela paisagem. Percebo agora que estava em pleno processo de harmonização, porque tentava equilibrar minhas emoções, pensando em coisas ruins e, ao mesmo tempo, me esclarecendo sobre as boas num pingue pongue de sentimentos que só encontraram fim quando entrei no ônibus, de onde via a beleza da orla, mas cercada pelo doce ar refrigerado.
Calibradas as emoções, penso que nossa verdadeira missão e certeza de Sucesso estão em aprendermos a conviver com nossos sentimentos. Porque o importante, de verdade, não é a coisa em si, a experiência em si, mas como a recebemos dentro de nós, como os fatos se acomodam em nossos corações e em nossos pensamentos.
Talvez, o que mais eu tenha feito até hoje seja isso mesmo, tentar equilibrar as minhas emoções, porque sou atravessada por várias ao longo do dia. Já diria Saramago que nós humanos somos os únicos que conseguimos sentir tudo de uma vez só. Temos a consciência concomitante de cheiros, sabores, sons e cores... O dia inteiro, fazemos sinestesia de todos esses sentidos somados a percepções de mundo, ódio, amor, desejo, cansaço, fantasias. Ufa!...
É isso. Passo o dia tomando decisões, mesmo as pequeninas (Com que roupa sair? A que horas devo chegar?), mesmo essas somente têm importância pelo efeito que provocam em nós, porque, no final de tudo, antes de qualquer outra pessoa, é a nós que precisamos mesmo prestar contas. E se nossos sentimentos estão em desiquilíbrio com o ambiente, com as pessoas, com nós mesmos, aí... não tem lindo cenário ou dia ensolarado que possa nos orientar rumo ao Nirvana, tão almejado pelos monges budistas.
Mi.
sábado, novembro 07, 2009
terça-feira, novembro 03, 2009
Pousa a cabeça no regaço do meu sorriso, amor,
e embala-me o olhar numa canção de maresia.
E um no outro, amor, finalmente
adormecemos num improviso de mar.
Sandra Costa*
"Tenho palavras penduradas aqui nos pensamentos,
deslizando entre um e outro...
Fugindo, discretas, pelos lábios, tornando-se minha voz.
Como hóspedes inquietas, dizem-me silenciosas
que 'só tuas mãos são como estrelas
penduradas nas pontas dos meus dedos'".
Diary*
segunda-feira, novembro 02, 2009
Poema
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Esta manhã, encontrei o teu nome
nos meus sonhos.
E o teu perfume a transpirar na minha pele.
E o corpo doeu-me onde antes os teus
dedos foram aves de verão.
E a tua boca deixou um rasto de canções.
No abrigo da noite, soubeste ser o vento
na minha camisola;
e eu despi-a para ti,
A dar-te um coração que era o resto da vida
Nem mesmo à despedida foram os
gestos contundentes: tudo o
que vem de ti é um poema.
Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo
Era de novo um trilho abandonado
na paisagem.
Sentei-me na cama e repeti
devagar o teu nome
♥
O nome dos meus sonhos;
Mas as sílabas caíam
no fim das palavras,
A dor esgota as forças.
São frios os batentes nas
portas da manhã.
Maria do Rosário Pedreira*
Just a dream
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Vivi um sonho lindo. Estava dentro de um quadro à tinta. Havia toda sorte de cores. Vibrantes... Por todos os lados, brilhavam demasiado. Tu estavas também. Meus olhos embaçavam-se de sono. Mas pude ver-te. Percebi, claro. Tratava-se de um daqueles sonhos cônscios. Estava consciente. A vontade de te encontrar me pôs dentro da paisagem, onde as tintas grudavam em nossos pés. Quase flutuávamos enquanto tua imagem era a única nítida. Inebriantemente cristalina. Éramos fruto de letargia. Da minha. Contudo, perdi-me de mim, de ti... Sugada pelo inconsciente. No instante seguinte, ao invés de tu e eu, éramos somente a cama, eu e a luminária.
Além de uma presença discreta, mas amiúde, persistente: tu.
...
P.S. Rio de Janeiro, 2007.
terça-feira, outubro 20, 2009
De Clarice para qualquer alma
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Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo,
já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo,
já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono,
já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos,
já descobri que eles não existem.
..
Já amei pessoas que me decepcionaram,
já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou,
já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois,
já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava,
para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
já chorei de tanto rir.
..
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar,
já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,
outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
..
Já fingi ser o que não sou para agradar uns,
já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro
"me acho, me agacho, fico ali".
..
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer,
já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas
para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo.
Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
..
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
e sempre foram e serão especiais para mim.
Clarice Lispector.
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P.S. Meu momento Clarice Lispector:
Comecei ontem a ler "A paixão segundo G.H.".
Na verdade, só atinei para a existência desse livro em 2007, quando estive em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, onde havia uma exposição sobre Clarice: objetos pessoais, cartas, manuscritos (Adoro esses vestígios autobiográficos). Depois, pretendo escrever sobre esse livro. Mas, por hoje, penso apenas que essa será mais uma daquelas leituras que me atravessam e mudam minha vida... para sempre.
Mi.
segunda-feira, outubro 19, 2009
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Parece engraçado ver como os vidros quebrados se partem e se espalham em tamanhos variados. A espaços, esbarro-me ainda com cacos daquela xícara que
Se quebrou, estendendo-se por lugares inesperados e escuros: constantemente, prontos para cortar.
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Pensei em quantas Michelle’s me dividi ao longo desses anos.
..
Michelle.
sexta-feira, outubro 16, 2009
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quarta-feira, outubro 14, 2009
Príncipe, como você é meu amigo de infância, não posso deixar de alertá-lo. Cuidado com a Raposa. Ela parece uma coisa, mas é outra. Faz-se de fofa e é uma cobra, uma chantagista. Quando a conheci, ela disse que não podia conversar comigo, pois não sabia quem eu era.
Veja que coisa infantil. São as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relacionam. Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe ou do pai ou de quem quer que seja. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu?
Olhe
Meu amor é um passo de fé no abismo em seu olhar
(Abismo)
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Bem daqui onde estou
já não dá pra voltar
Nas alturas do amor
Onde você chegar
Lá eu vou...
E o que mais a fazer
a não ser me entregar?
A não ser não temer
O abismo em seu olhar
ou é mar?
O seu olhar...
..
Não há precipícios na vertigem do amor
Só descobre isso quem se jogou
Não sou eu que me faço voar
o amor é que me voa
E atravessa o vazio entre nós
pra te dar a mão
Não sou eu que me faço voar
o alto é que me voa
Meu amor é um passo de fé
no abismo em seu olhar
Ah, ah, ah...
No seu olhar
Me vejo andar no ar
lá no abismo lindono seu olhar.
Jorge Vercilo.
terça-feira, outubro 13, 2009
Saramago: "Twitter é a antecâmara do grunhido".
Dizer que não passou tb é demais! Afinal... estamos saindo da casa dos vinte, a época do cursinho já passou, a graduação idem (cada um com rumos diferentes). Namorados foram, vieram novos. Mudanças de casas, cidade, de sonhos (pq não?). É bom mudar alguns sonhos também. Tirar a poeira de outros. Hoje, tirei a poeira de cima do meu desejo de que nossa amizade perdure um pouco mais. Até estarmos velhinhos. Quem sabe? (Eu torço por isso). No mais... Apesar de me chamarem de Elba Ramalho nesta foto, eu a postei mesmo assim, pq está alegrinha. E está de verdade. Isso é o mais legal...
segunda-feira, outubro 05, 2009
Gosto mesmo de ver e rever as cenas. De ler e reler, de me ver, por vezes, fazendo uma atividade corriqueira e me pegar, distraída, repetindo passagens do livro, como quem degusta uma fruta doce "Queres conhecer o Ramalhete?". Acho bonito esse antigo hábito de batizarem as casas com nomes assim... A toca, Ramalhete...