segunda-feira, dezembro 15, 2008


Pernambuco

"Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso,
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar.
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso..."
Mário Quintana*

sábado, dezembro 13, 2008


Nos últimos dias, o pensamento que mais me tem vindo à cabeça é o sobre a diluição vertiginosa do tempo. Isso tem, por vezes, me atormentando.
Sou atravessada (cada vez com maior intensidade) por uma profunda vontade de viver. E esta vontade se vai entrando, se cavando em mim todo dia um pouco mais profundamente. Tudo parece ter ganho um sentido e uma forma só meus, diferentes de todas as outras maneiras de consciência de felicidade que imaginei alcançar algum dia.
Por que eu escrevo em diário há tantos anos?
Para me automodelar? Para me autoficcionalizar?
Moldar uma cópia autenticada? Remontar o quebra-cabeças do meu dia-a-dia comum? Listo meus dias para compor um trilho... Um trilho que me permitirá, algum dia, percorrer o caminho de volta ao passado. Escrevo para compensar a pulverização do Passado e do Eu deste Passado, para personalizar ambos, para exercer minha memória e me inocentar diante do tribunal da minha consciência...
Escrevendo, me individualizo eme distinguo da multidão. Faço monólogo com o Futuro como se lançasse ao mar uma garrafa para eu mesma encontrar mais tarde. Este é meu laboratório de introspecção, onde exerço sem culpas a primeira pessoa gramatical. Meu seguro de vida, seguro de que continuarei viva, deixando nos escritos a minha atual doçura de existir nas palavras. Porque quando releio, consigo resgatar, das profundezas do passado, o frescor da voz de uma identidade narrativa que anseava pela ilusão de eternidade...
Blimunda da Maia*

domingo, dezembro 07, 2008

Do u know what the angels do?
They take care of nice people.
I asked the angel for take care of u
He refused and said:
"The angels did not take care of angels"...

quinta-feira, dezembro 04, 2008


"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Amir Kilnk

quarta-feira, dezembro 03, 2008


"Quando está escuro demais,
conseguimos ver melhor as estrelas".

"... e JS parou bem em frente ao nosso Machado de Assis.
Em seguida, a Pilar se deteve
um pouco mais, e ele a puxou numa
cena romântica, boa de se ver...
Dois pombinhos. Depois, seguiram o
caminho à sala de chá, para dar entrevistas.
Quando, numa pontualidade britânica,
chegou ao Salão Nobre, falou
da importância das estátuas.
E que, infelizmente, a de Camões, em Lisboa,
virou lugar para pombos fazerem
necessidades fisiológicas...
'É preciso dar mais importâncias
às nossas estátuas'.
Mi: radiante!*
Enfezadinho ele...
José Saramago na ABL - Rio de Janeiro
dia 26 de novembro de 2008.

terça-feira, dezembro 02, 2008



"Nunca vou esquecer que um destes, numa tarde especial, apertei a mão de todos os personagens que tenho estudado. Todos juntos num só! Minha admiração pelo "meu veinho" rabugento, SaramaRRRgo, mas que não deixou ninguém voltar pra casa sem autógrafo".