segunda-feira, novembro 30, 2009


Sem inspiração
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A ideia é "ando sem inspiração", com vontade, mas sem entusiasmo para escrever. Não sei se é porque escrever me lembra "ter de estudar pra concursos" e termino por me petrificar diante do compromisso sério que preciso, de vez, assumir comigo. Porque, no final de tudo, é a nós mesmos que temos de prestar contas. Já que a escrita está rareada, as leituras nem tanto. Posto um excerto do livro "As pequenas memórias" de Saramago, quando ele diz "Foi um instante, nada mais que um instante, mas a lembrança dele durará o que a minha vida tiver de durar". (p. 20).
Posto ainda esse textinho pequenino abaixo, de Guimarães.
A todos, Namastê.
Mi.

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem" Guimarães Rosa.
P.S. Li essa recorte na página da amiga Elisângela.
Elis, obrigada por compartilhar suas leituras. Que meu carinho chegue até aí ao Porto. Beijos, flor.

quarta-feira, novembro 25, 2009

POA
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A primeira vez que me encantei pelas imagens de POA foi durante aquela minissérie adpatada do romance "A casa das sete mulheres". Claro... as paisagens dos canyons, o verde espetacular do Rio Grande somados às aventuras do guerreiros "farropilhas" e da história de Manuela Ferreira encantam e marcam. São lembranças convidativas que sempre me seduziram. POA é uma cidade encantadora. Minha amiga Bibiana, da época de faculdade, costumava me contar sobre sua cidade. Narrativas de viagens sempre me fascinaram.
O Parque Farroupilha e todo aquele verde permeando a caminhada dos moradores tomando seu chimarrão, lindas crianças alegres passeando no Lago Negro... pareciam fazer parte de uma pintura renascentista. As imagens "presentificadas" se misturaram às que guardava do RS, enquanto via a série brasileira. Tudo se confirmou...
Gramado (Hum... longo suspiro!) parecia ter sido criada por algum santo casamenteiro, porque é belissimamente romântica, com seus lindos lagos, cachoeiras e fábricas de chocolates. Às vésperas do Natal, então, tudo parecia conspirar para a ideia de que Gramado tb foi feita por mãos de fadas benfazejas, soprando o pó mágico das cores em vermelho e verde natalinas. Fui feliz, extasiadas diante das paisagens que veria. Voltei com vontade de regressar "as soon as possible". E, quando, ou se, isso acontecer, quero respirar novamente o ar do Rio Grande do Sul como alguém que respira ares de recantos mágicos a purificar tudo por dentro.
Mi*

domingo, novembro 22, 2009



"Planejamos tudo: estudos, o dia-a-dia, as datas comemorativas. Mas nada é nosso, e o é concomitantemente. Sei, hoje, que temos apenas nossas experiências com o contraditório. Esta incoerência, às vezes, coerente que nos é a Vida. Somos sós. Somos só nós. Nós e nossas circustâncias. Nós e nossas impressões diante da vida. Somos 'um coração batendo no mundo' " (Clarice Lispector).
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"Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível."
Diego Marchi.

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"Every day can be a beautiful day.

Just take a look around you
and think about all of the
wonderful things you have
to be thankful for...
the sunshine,
roses,
laughter,
close friends,
family,
music,
and beautiful dreams.
The storm is never
half as bad as it seems.
Don't let the rain ruin your day.
When the dark clouds move in
just smile,
because the good times
are on the way".
...

terça-feira, novembro 10, 2009

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O. N.i.r.v.a.n.a.
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São nos momentos mais simples do cotidiano que, por vezes, as perguntas que nos fazemos encontram suas respostas. Hoje quando saí de casa pra pegar o ônibus na praia, reclamei comigo mesma dos quarteirões que pareciam não chegar ao fim. Tentava me dizer que deveria agradecer à Vida por estar debaixo daquele lindo céu ensolarado, exalando saúde e fazendo parte daquela paisagem. Percebo agora que estava em pleno processo de harmonização, porque tentava equilibrar minhas emoções, pensando em coisas ruins e, ao mesmo tempo, me esclarecendo sobre as boas num pingue pongue de sentimentos que só encontraram fim quando entrei no ônibus, de onde via a beleza da orla, mas cercada pelo doce ar refrigerado.
Calibradas as emoções, penso que nossa verdadeira missão e certeza de Sucesso estão em aprendermos a conviver com nossos sentimentos. Porque o importante, de verdade, não é a coisa em si, a experiência em si, mas como a recebemos dentro de nós, como os fatos se acomodam em nossos corações e em nossos pensamentos.
Talvez, o que mais eu tenha feito até hoje seja isso mesmo, tentar equilibrar as minhas emoções, porque sou atravessada por várias ao longo do dia. Já diria Saramago que nós humanos somos os únicos que conseguimos sentir tudo de uma vez só. Temos a consciência concomitante de cheiros, sabores, sons e cores... O dia inteiro, fazemos sinestesia de todos esses sentidos somados a percepções de mundo, ódio, amor, desejo, cansaço, fantasias. Ufa!...
É isso. Passo o dia tomando decisões, mesmo as pequeninas (Com que roupa sair? A que horas devo chegar?), mesmo essas somente têm importância pelo efeito que provocam em nós, porque, no final de tudo, antes de qualquer outra pessoa, é a nós que precisamos mesmo prestar contas. E se nossos sentimentos estão em desiquilíbrio com o ambiente, com as pessoas, com nós mesmos, aí... não tem lindo cenário ou dia ensolarado que possa nos orientar rumo ao Nirvana, tão almejado pelos monges budistas.
Mi.

sábado, novembro 07, 2009

Penedo -AL
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Baralho as letras das nossas conversas...

Escolho-as depois, uma a uma, até formar

a palavra Ternura.

Vejo-te em tudo o que faço...

Em toda poesia...

Por toda parte de mim.

by Mi.


terça-feira, novembro 03, 2009



Pousa a cabeça no regaço do meu sorriso, amor,

e embala-me o olhar numa canção de maresia.

E um no outro, amor, finalmente

adormecemos num improviso de mar.
Sandra Costa*






"Tenho palavras penduradas aqui nos pensamentos,

deslizando entre um e outro...

Fugindo, discretas, pelos lábios, tornando-se minha voz.

Como hóspedes inquietas, dizem-me silenciosas

que 'só tuas mãos são como estrelas

penduradas nas pontas dos meus dedos'".

Diary*



segunda-feira, novembro 02, 2009


Poema

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Esta manhã, encontrei o teu nome

nos meus sonhos.

E o teu perfume a transpirar na minha pele.

E o corpo doeu-me onde antes os teus

dedos foram aves de verão.

E a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento

na minha camisola;

e eu despi-a para ti,

A dar-te um coração que era o resto da vida

Nem mesmo à despedida foram os

gestos contundentes: tudo o

que vem de ti é um poema.

Contudo, ao acordar, a solidão sulcara

um vale nos cobertores e o meu corpo

Era de novo um trilho abandonado

na paisagem.

Sentei-me na cama e repeti

devagar o teu nome

O nome dos meus sonhos;

Mas as sílabas caíam

no fim das palavras,

A dor esgota as forças.

São frios os batentes nas

portas da manhã.

Maria do Rosário Pedreira*





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Just a dream
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Vivi um sonho lindo. Estava dentro de um quadro à tinta. Havia toda sorte de cores. Vibrantes... Por todos os lados, brilhavam demasiado. Tu estavas também. Meus olhos embaçavam-se de sono. Mas pude ver-te. Percebi, claro. Tratava-se de um daqueles sonhos cônscios. Estava consciente. A vontade de te encontrar me pôs dentro da paisagem, onde as tintas grudavam em nossos pés. Quase flutuávamos enquanto tua imagem era a única nítida. Inebriantemente cristalina. Éramos fruto de letargia. Da minha. Contudo, perdi-me de mim, de ti... Sugada pelo inconsciente. No instante seguinte, ao invés de tu e eu, éramos somente a cama, eu e a luminária.
Além de uma presença discreta, mas amiúde, persistente: tu.

...

P.S. Rio de Janeiro, 2007.