segunda-feira, dezembro 28, 2009

Sobre mergulhos
..
Quando à minha volta
o escuro faz tudo o mais naufragar
eu mergulho no tempo, nado
e invento como tudo poderia ser.
(abençoado é esse momento
que me leva até você).
Filipe Couto.
***
Aos que amo:
"Para estar junto, não precisa estar perto,
mas do lado de dentro" - Exupéry.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Sobre Folhas

Na suave folha
que corta o vento,
tento (sereno) me segurar...

(moro em castelos
de areia, ilhas, poemas:
sei que assim será sempre
um problema conseguir me encontrar)

Mas, ainda que a minha vida
seja uma tola ilusão,
entrego a ela (mesmo sozinho)
todo este meu coração.
Filipe Couto.

A.n.i.m.a.d.a!
..
Já sabemos que o 25 de dezembro não é (nem de longe!) a verdadeira data de nascimento do Mito Jesus Cristo, o mais importante dos tempos modernos (sem dúvida). Também sabemos que na verdade, a data era comemorada pelos povos pagãos, como agradecimentos à Mãe Terra pelo fim do Outono (mês das colheitas). Foi o restro de uma cultura arrematada pelo cristianismo que pretendia sincronizar as datas importantes e trazer o povo excêntrico para o círculo cristão. Conseguiram, claro. Dos celta só restaram o folclore com suas fadas e gnomos etc., hoje muito restritos aos irlandeses (acho). Mesmo com tudo isso, consigo sentir o espírito natalino de forma muito carinhosa. Acho uma data em que as pessoas tendem a esquecer mais seus problemas, mostram-se mais entregues aos pensamentos bons de reunir a família, amigos... de preparar sobremesas e jantares deliciosos... Hora de ir todos às compras.
Hoje fui ao shopping e senti toda aquela agitação nas pessoas: escolhas de presentes, filhos tirando fotos com o Papai Noel, parando para lanchar ou tomar a clássica casquinha do McDonalds. Às vezes, passo tanto tempo em casa, afogada em papeis, projetos e compromissos com eles que fico desanimada até para descer e caminhar na praia, ver o crepúsculo em dias de sol. Quando saio assim (pode parecer bobagem), mas às vezes é como se conseguisse encontrar sentido pra vida, um sentido simples com bases em momentos corriqueiros, mas que por parecerem povoados de pessoas queridas, acrescentam mais cor à vida. Sinto-me animada pelo dia que está a escurecer, pela noite que já se anuncia... pelo cheirinho de roupa limpa em meu travesseiro... por estar viva, por ser Natal.

Mi.


Sobre Cicatrizes

Não pudeste ser
o meu refúgio, a minha mina escondida;
foste antes o palco iluminado em que
se apresentaram sonhos, medos e feridas.
Para te lembrar, não precisarei de retratos:
bastará olhar o meu próprio peito com cuidado.
(serás sempre a minha mais linda cicatriz)
Filipe Couto.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

E o vento levou...
..
Na infância, me lembro bem, assisti várias vezes ao filme daquela personagem marcante Kate Scarlett O'Hara, do filme (compridérrimo) "E o vento levou". Não compreendia nada sobre o período histórico ou mesmo sobre os motivos da família O'Hara ter ficado pobre. Mas sentimentos de tristeza, perda e solidão parecem conseguir atravessar as barreiras da falta de amadurecimento do espectador, pq penetraram em meu coraçãozinho e, acredito, tb nos das minhas tias, ainda muito jovenzinhas quando víamos. Hoje, do cimo da minha epopeia particular de 29 anos, revi as cenas da fazenda Tara no Europe Chanel. Foi ótimo poder estar diante de uma obra assim com um olhar mais maturado. Pude aprender sobre a Guerra Civil Americana... A luta deles entre si: povo do Norte (com toda sua revolução industrial) e povo do Sul (atrasado neste aspecto, mas muito rico e dono de vastas terras, ainda servindo-se de escravos). O Norte querendo se impor ao Sul, e se impôs mesmo. O Sul ficou d.e.v.a.s.t.a.d.o! A família O'Hara representou bem isso. O filme se passa em 1861 a 1865. Nessa época o Texas já havia sido "arrematado" pelos EUA, já que antes pertencia ao México. Enfim... mas minha vontade mesmo era escrever sobre essa genuína satisfação em poder ter acesso a esse filme agora com mais idade. Isso me deixou profundamente feliz, porque me deparei não apenas com um "novo" filme, mas, em certa medida, com uma nova versão de mim. E é sempre bom identificar algo de positivo em nós mesmos.
Mi.

quarta-feira, dezembro 16, 2009



Dias iguais
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Depois da Defesa e dos comprimissos todos que, ante um curso assim, acabamos assumindo, um vazio parece ser cavado dentro de nós, nos dias que ficam mais longos... Desdobramentos uns dos outros, extensão de nadas.
Ando sem vontade de ler, de estudar... Já comecei a escrever dois artigos pra publicar em revistas, mas falta a vontade de continuar. Antes de dormir, é certo!, penso, penso que é uma beleza! O ideal seria levantar da cama nessas horas e escrever tudo o que vier à mente. Mas acabo esquecendo de mim nessas reflexões. Quando percebo, já adormeci e, no outro dia, cadê as ideias??? Mal consigo encontrar uma nas prateleiras da memória empoeiradas pelo breve tempo. Poisss. Comecei a escrever o livro que sempre sonhei, As três Marias no qual pretendo abordar os perfis psicológicos de três mulheres pertencentes a séculos distintos. Uma do XIX, outra do XX e a última do XXI. Minha ideia é mostrar como as elas sonharam com um tempo em que pudessem ser livres para fazerem as próprias escolhas. No entanto, chegado esse tempo, ainda há mulheres com amarras. Mas, agora, afetivas e psicológicas. Não mais presas à sociedade cruel oitocentista, por exemplo; todavia, conseguiram encontrar novas formas de prisões: carências afetivas, baixa auto-estima, desorientação diante da vida e dos dissabores. A minha pergunta a mim mesma é "Será que conquistamos mesmo nossa liberdade?". Eu procuro me sentir o mais livre que posso,para seguir meus caminhos e tomar minhas decisões. Mas atenho pensado que sempre estarei presa a algo, nem que esse tal algo seja qualquer coisa ainda sem nome que levo, a esmo, dentro de mim mesma.
Mi.

quinta-feira, dezembro 10, 2009


Episódio: Friends.


Saudade de duas amigas

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Em janeiro, fará dois anos que nos afastamos. Vocês foram as amigas mais completas que alguém pode ter. O começo da nossa amizade, abençoada pelo Sol da Bahia, estendida ao do céu carioca, foi encantadora. Shows, letras, fotografias inesquecíveis, viagens lindas (cheias de frio e de calor), cumplicidade, doação. Assim éramos nós três. Perfeição? Não. Não estou falando de perfeições. Mas de um trio querido que chegava e saía junto da faculdade, na Tijuca. Sempre amparadas pelos pais de uma delas que nos "adotou" as duas. E nós a ele. Trabalhos ajudados, curso de inglês compartilhado... Jantares sábado à noite.
Sei que jamais, jamais, nos falaremos algum dia. Talvez, jamais as veja novamente. Eu até evitos revê-las. Deixei uma de vcs de fora, tranquei-a outsite quando vc tinha aberto as portas da sua casa, da sua geladeira, do seu guarda-roupa para nos abrigarmos. Deu-nos seus pais, seus avós, sua família. Presentes de Natal e milhões (milhões) de perdões.
Mas há erros mesmo sem desculpas. Nem peço por elas, porque acredito não ter direitos. Às vezes, na vida, enfiamos os pés pelas mãos e quando nos damos por si, já sopramos para bem distante pessoas importantes demais para conseguirmos ser felizes sem elas. E eu queria hoje dizer que estive imensamente feliz nos sonhos da noite passada. Porque as tinha novamente ao meu lado. E foi como nos velhos tempos. Todos nós. Seus pais, sua avó e nós três juntas no fundo do carro. No sonho, faltou-nos cantar as canções do Roupa. Mas como Freud diz "Nem um esquecimento é inocente". E, se não sonhei com esste detalhe, foi porque, de fato, minha fase RN ficou, graças!, no passado. Saudades distantes. Carinho eterno.
Amizade embrulhada com amor, na prateleira das minhas mais doces memórias.
Mi.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Sobre a Primavera

De dentro do meu amor,
nascem todo dia
perfumes e cantos e calores.

Uma primavera inteira
(cheia de cores)
só pra mim
.
por Filipe Couto.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Lua Nova
..
Outro dia, não me recordo bem que lua era, mas lembro que assisti ao filme "Lua Nova" de Stephenie Meyer (escritora e inúmeras vezes rejeitada pelas editoras).
A pergunta que me fazia enquanto vi o segundo filme da saga "Crepúsculo" foi "Quem poderia imaginar que, em pleno século XXI, uma obra sobre vampiros ainda pudesse levar tanta gente ao cinema?" (Sim, pq no cinema é muitooo melhor!).
Vi o primeiro em Recife, em janeiro. Na verdade, entramos eu e minha prima Carol (as duas já distantes da adolescência) no shopping sem ideia do que veríamos, pq nem na internet havíamos checado qq coisa sobre. Um tiro no escuro e um fim de tarde super agradável, sob a influência do olhar caramelizado do Eduard Culler.
Comentários bonzinhos à parte, vejo o lado nada original do livro: começar falando sobre Romeu e Julieta como pista do que se trataria o restante da história? (Pensei: Hum... já vi isso antes, mais precisamente na leitura da peça "Castro", na faculdade. Quando, no início, a protagonista lê o canto sobre Inês de Castro n'Os Lusíadas. Isso sugeria, naturalmente, algo eminentemente ruim para acontecer).
Até aí, perdoamos, claro! Afinal, como diria o ditado populcar:"Não existe uma ideia que nunca tenha sido pensada" ou... "Nada se cria, tudo se copia".
As cenas que alternavam as imagens de lobo seguidas de homem (ou vice-versa), até onde imagino, foram as mais caras do filme que se passa em uma linda cidade super arborizada. Florestas incríveis do oeste dos EUA. Também me perguntei, por que o epíteto "Lua Nova"? Por que a lua estava nova para a mocinha? (nem lembro o nome da personagem feminina). Mas a resposta era pq ela estava entre dois amores: como a lua entre a terra e sol? Apagada? Cinza, preta ou azulada como é descrita a Lua Nova podendo ser vista apenas durante o dia, quando a incidência do sol é mais evidente?
Somos todos um pouco lua nova, anyway!...
Bem, no mais, foram horas agradáveis (menos que a do primeiro filme), mas me distraí. O ar do cinema estava funcionando, a tela e os sons idem. Portanto, deixo meu comentário sobre, já que é essa uma das propostas dos blogues: liberdade de expressão para postar imagens, poemas, recortes de diários, letras de canções etc. Bobagens minhas. Nada mais.

Mi.




Tocando em frente
.
Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história,

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz!...
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira.