sexta-feira, dezembro 18, 2009

Sobre Folhas

Na suave folha
que corta o vento,
tento (sereno) me segurar...

(moro em castelos
de areia, ilhas, poemas:
sei que assim será sempre
um problema conseguir me encontrar)

Mas, ainda que a minha vida
seja uma tola ilusão,
entrego a ela (mesmo sozinho)
todo este meu coração.
Filipe Couto.

A.n.i.m.a.d.a!
..
Já sabemos que o 25 de dezembro não é (nem de longe!) a verdadeira data de nascimento do Mito Jesus Cristo, o mais importante dos tempos modernos (sem dúvida). Também sabemos que na verdade, a data era comemorada pelos povos pagãos, como agradecimentos à Mãe Terra pelo fim do Outono (mês das colheitas). Foi o restro de uma cultura arrematada pelo cristianismo que pretendia sincronizar as datas importantes e trazer o povo excêntrico para o círculo cristão. Conseguiram, claro. Dos celta só restaram o folclore com suas fadas e gnomos etc., hoje muito restritos aos irlandeses (acho). Mesmo com tudo isso, consigo sentir o espírito natalino de forma muito carinhosa. Acho uma data em que as pessoas tendem a esquecer mais seus problemas, mostram-se mais entregues aos pensamentos bons de reunir a família, amigos... de preparar sobremesas e jantares deliciosos... Hora de ir todos às compras.
Hoje fui ao shopping e senti toda aquela agitação nas pessoas: escolhas de presentes, filhos tirando fotos com o Papai Noel, parando para lanchar ou tomar a clássica casquinha do McDonalds. Às vezes, passo tanto tempo em casa, afogada em papeis, projetos e compromissos com eles que fico desanimada até para descer e caminhar na praia, ver o crepúsculo em dias de sol. Quando saio assim (pode parecer bobagem), mas às vezes é como se conseguisse encontrar sentido pra vida, um sentido simples com bases em momentos corriqueiros, mas que por parecerem povoados de pessoas queridas, acrescentam mais cor à vida. Sinto-me animada pelo dia que está a escurecer, pela noite que já se anuncia... pelo cheirinho de roupa limpa em meu travesseiro... por estar viva, por ser Natal.

Mi.


Sobre Cicatrizes

Não pudeste ser
o meu refúgio, a minha mina escondida;
foste antes o palco iluminado em que
se apresentaram sonhos, medos e feridas.
Para te lembrar, não precisarei de retratos:
bastará olhar o meu próprio peito com cuidado.
(serás sempre a minha mais linda cicatriz)
Filipe Couto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário