sábado, setembro 17, 2011



"Saudade é amar um passado que ainda não passou. 
É recusar um presente que nos machuca.
É não ver o futuro que nos convida..."


Dia de descanso... vi TV a manhã inteira: Sala do professor, Superbonita, History Chanel, Vamos combinar... Friends (rotina há 10 anos).
É que há dias assim em que tudo se mostra tranquilo à nossa volta, como uma paisagem estática e serena, enquanto, por dentro, um mar revolto se agita dentro do coração...
Mi*

sábado, setembro 10, 2011



Alone

Enquanto o atravessarmos a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é necessário ser um.
Fernando Pessoa.

 

domingo, setembro 04, 2011






Pescadores de ilusão


Despretenciosamente, questionaram-me sobre o que penso acerca do capitalismo. Quem me perguntou, provavelmente, mal sabe o que é isso e quis, com minha resposta, construir um ponto de vista num cérebro ainda imaturo, embora já no caminho certo.
Mas o que ficou mesmo foi o questionamento "Por que o capitalismo deu certo". E ele deu. Deu certo e funciona, em minha humilde opinião, por transmitir às pessoas a ilusão de que têm algum controle sobre a vida, sobre a maravilhosa sensação de bem-estar que algo conquistado/comprado pode oferecer.
Porque, claro... Não dominamos pessoas, não a prendemos só porque a amamos e a desejamos junto a nós. Só porque num um segundo atrás estavam tão próximas a nós que seus corpos pareciam terem se tornando nossa própria identidade, e num minuto depois estão a quilômetros... fatiando-nos.
Não se compram vontades alheias em prateleiras. Na maioria esmagadora das vezes, não temos o menor poder sobre nós mesmos, o que dirá sobre outrem. Mas podemos seguir o rastro do imediatismo que as sensações advindas das coisas podem nos dar.
Porque... controlar sentimentos é difícil. Controlar sentimentos alheios, que moram fora do nosso corpo (vasilhame de sensações paradoxais), é mais difícil ainda...
E é aí que entra o doce veneno do capitalismo, já que comprar pedaços de felicidade dentro de uma caixa de sapatos, ou na superfície do pano de um lindo vestido, por fúteis exemplos, é bem mais fácil...


Trabalhar, juntar um dinheiro para conseguir bens, objetos materiais pode exigir muito esforço de nós, contudo, ainda assim, é infinitamente mais fácil do que manter pessoas queridas ao nosso lado. Isso não porque querem elas nos contrariar. Mas, simplesmente, porque, às vezes, têm elas vontades direcionadas a caminhos díspares. Diante disso, reinventamos objetivos inanimados, manipuláveis, controláveis; inauguramos novos sonhos. Sonhos-coisas que não dialogam, não enlaçam mãos, não amam...
Tornamo-nos, por fim, meros "pescadores de ilusão", como cantaria "O rappa".
Mi*.