sábado, dezembro 24, 2011


Na noite quieta, o menino desliza, só de meias, pela casa, às escuras. O chão brilhoso e gelado reflete as sombras dos móveis pesados. O menino desvia-se das quinas pontudas de mesas e aparadores, dos pés arrebitados de uma cadeira de balanço. Sem ruído, abre a porta de entrada e vai para o quintal. Lá fora, um céu coalhado de estrelas, um ar perfumado e fresco, e o silêncio.

Graziela Bozana.




Desejo a todos meus amigos e amigas (família, claro, sempre!)
que encontrem (metaforicamente falando) o pote cheio de amor que
se esconde no final de cada Arco-Íris.
E que dias felizes e de festa sejam todos os dias!
Abraço delicado. Com carinho,
 Mi*


Esta é a Roseana Murray. Lendo-a hoje, viajei novamente me recordando, com ternura, da viagem que fiz a Visconde de Mauá, em Maringá, pertinho de Penedo. Foi no inverno do ano passado. Lembrei do chalezinho na montanha, do frio bom convidando a gente tomar chocolate quente, morango com chocolate quente e macio cobrindo-o... Hum... que coisa boa. As cidadezinhas são aconhechegantes, tem lareira, bosque, pássaros e um ar bom de poesia espalhado por cada curva de esquina.
Foi uma viagem bonita e suas poesias me levaram até la novamente.

Devo fazer muitas alusões a essa poetisa nos próximos dias, já que não consigo deixar de ler seu blog. É uma delícia... A sensação que tenho é a de estar tomando um pote cheio do mais saboroso sorvete (ou comendo o brigadeiro quente de colher, numa panela enorrme).
É muuuito bom. É doce sem enjoar. Com carinho e admiração sinceros.
Mi*


PARA LEMBRAR

Quando eu morrer
me amarre em teu corpo
com as vigorosas cordas
da palavra,
quando eu for só palavra
me amarre em teus olhos
com as frágeis cordas
da memória,
quando eu for apenas
uma fragrância longínqua,
toque os sinos
da minha poesia
para lembrar.
Roseana Murray.
in Poemas para Ler na Escola.

sexta-feira, dezembro 23, 2011


Diário de uma paixão

Já teci milhões de elogios ao autor Nickolas Sparks várias vezes aqui no blog, ou em conversas com amigos. Ontem, a página do filme no Face postou esta imagem lindíssima do casal naquele lago cheio de aves. É quando Noah pergunta á Ellie "Stop thinking about what I want, what your parents want! What do *you* want, Allie?".

É esta frase que tenho dito pra mim sempre "O que realmente eu quero", não em forma de pergunta, pois sei exatamente tudo o que quero de verdade. Digo para lembrar do meu foco, pq eu o perco com tamanha facilidade... disperso, distraio, simplesmente me deixo, ás vezes, arrastar pelos acontecimentos e, qdo vejo, estou submersa em ilusões e longe, bem longe do meu foco. Perco o equilíbrio, qdo preciso "ter foco e equilíbrio".
Enfim!... O filme é daqueles que marcam, ainda mais para quem gosta de escritas íntimas. Tive um conhecido próximo que sofreu desta terrível doença que é o esquecimento (Mal de Alzheimer). E é horrível ver alguém tão inteligente e jovem como foi meu conhecido Fernando, prof. da UFRJ, ter sua identidade apagada pra si prórpio. Pq... ser anônimo para o resto do mundo é normal, mas pra si? Nossa...

Gosto do filme justo por esse contraste (Como paradoxos de poemas maneiristas). Esses opostos se alternando: autobiografia e diluição do eu. Ou... escrever para não se esquecer de si, para não se perder, agarrando-se ás linhas de uma folha de papel, juntando-as ás da grafia num elo frágil e cheio de espaços (profundo).
Poissss... Choro litros, baldes... Vale a pena rever.
Mi- agradecida por ter a si mesma.


Oceano pacífico


VENTO

O vento escreve
em minha pele
estranhas palavras:
Sou seu dicionário
quando ando sem rumo,
subo a montanha,
caminho na areia.
Até que você me encontre
e leia em mim
as sílabas do vento,
vago pelo deserto.

Roseana Murray
In. No cais do primeiro amor.

Foto: Viña del Mar - Chile.

quarta-feira, dezembro 21, 2011


AREIA DOURADA

Tudo é permitido
quando se carrega no bolso
um punhado de areia dourada:
o encontro de peixes e pássaros.

Na ciranda da vida
passe adiante o anel,
a chama das palavras
e dance ao som da Via Láctea.

A Terra gira no céu,
somos todos bailarinos.
Roseana Murray.

***
Sobre a poetisa

Neste ano, tive a doce alegria de conhecer os poemas de uma autora maravilhosa (mesmo!) chamada Roseana Murray. E o engraçado... descobri, em leituras casuais, ser ela esposa de um jornalista que entrevistou Saramago. Usei muuuito "O amor possível" do Juan Arias durante as feituras dos meus textos nas Pós e mestrado. Puxa, como usei. Como me pediram essa referência. Aquela minha orientadora da UERJ moradora do Leblon que me passou, em 2005.

Enfim...
Esbarrei-me com seus versos num livro didático, da editora Moderna. Aquele poema lindo "Bom dia", em especial, e as suas receitas (de olhar, por exemplo) me encantaram. Suas metáforas e conotações derretem qualquer coração endurecido e o enche de amor. Conotações tão cheia de denotações sábias e muito, mas muito doces.

Pôxa vida, a Roseana me deixou mesmo meio lírica hoje.
E, sendo sincera, estou me achando até "fofa" demais com esses comentários e com a escolha dos vocábulos usados (já que não gosto de parecer fofa ou mimosa). Não gosto por alguns motivos: como achar primitivo e pueril demais já aos 30 parecer fofa. Sei lá... Forçação de barra? Ou mulher guarda sempre uma menininha dentro de si?
Não gosto tb pq gestos fofos e mimosos me remetem a gestos falsos de quem quer demais agradar e, no entanto, sempre acaba magoando alguém, metendo os pés pelas mãos, pq isso faz parte (infelizmente) da natureza humana.

Então, já que somos todos como aquele escorpiãozinho da piada, que sempre acaba machucando as pessoas, acho mais sincero e digno não parecermos tão meigos e fofos, já que somos altamente suscetíveis a erros, desditas e a provocar dissabores em corações alheios. Ainda que não queiramos magoamos, SIM! (Odeio gente fofa! Alegre e participativa demais. Tenho medo e me arrepio até). Aprecio os sérios e de cara para poucos amigos. As miss simpatias me lembrarm vendedoras de roupas ou políticos! Ai, sei lá... Tha's me.

Masss, quis postar aqui... A Roseana é especial. Demais. Desde que defendi minhas ideias sobre Saramago no dia crucial da minha defesa (agosto/ 2009), nunca mais havia sentido vontade de pesquisar a obra de ninguém. É sério. Gostei muito do africano Mia Couto (Nossa! Terra Sonâmbula é uma coisaaa de bom), mas essa autora (feminina, então, adoro pq é meu universo em particular) derreteu meu coração, me fez uma companhia tão, mas tão boa e serena hoje sobretudo (pq estou precisando tanto de cia. lírica e amável) que me fez voltar a escrever, a "saborear" bem devagar metáforas e conotações, alinhavando seus poemas ás minhas experiências num processo de identificação daqueles bem sinceros que tecemos na vida.
Vontade de escrever. É isso. Deu-me, sim. A chama das palavras está acesa, enfim.
Mi- farol silitário*

domingo, dezembro 18, 2011


 ♫  Someone Like You 

I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things, I didn't give to you

Old friend
Why are you so shy
It ain't like you to hold back
Or hide from the light

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away,
I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg,
I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summery haze
Bound by the surprise of our glory days

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away,
I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg,
I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes they're memories made
Who would have known how bitter-sweet this would taste?

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me,
I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead

Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead...

Adele*
....

"Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas a gente se sente sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza."

Ana Jácomo.

 


Palavras doces

Quando não se tem muletas: vá mancando
Quando se perde um dente: procure um sorriso
Quando não se tem a quem abraçar: abra os braços pro vento
Quando percebe-se que as pernas estão maiores
do que as asas: corra, para comprar um sorvete

Quando existe mais dele em você do que você mesma:
comece a cuidar de um animal, você se tornará a pessoa
mais importante na vida de outro...
Quando não se colhe flor na primavera:
carregue mais folhas no outono
Quando se está sempre sozinha:
comece a gostar do que ainda não veio
Aprender dói mas vale a pena.
Importante é continuar

Agora pra terminar ouça:
comece a achar que as coisas têm jeito
Acreditar em esperança é abrir uma janela
bem no meio do seu desespero".
Vanessa Leonardi.


sábado, dezembro 17, 2011



Caminhos

Para quê, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.

Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,
Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mãe, gota d'água flébil,
Há muito tempo se esconde.

Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.

Pra quê, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
Não 'stá neles, mas em mim.
Francisco Bugalho, in "Paisagem".

Tecendo divagações

Viajei, legal, nesta poesia...
O eu-lírico persononifica os caminhos da vida, dirigindo-se a eles, questionando a inutilidade de seus convites. E é verdade... Somos andarilhos (seja de pés fixos no chão ou flutuantes, sonhadores) que saem, como personagens aventureiros, em buscas e mais buscas de realizações. Como se os sonhos estivessem fora de nós, aquém, além... Quando estão assim.. latentes, taciturnos (sufocados, por vezes), mas sempre dentro de nós.
Mi* 

quinta-feira, dezembro 08, 2011



Pé no chão, coração partido
e cabeça nas nuvens

Não sei bem... Mas acho (acredito) estar vivendo a época mais lúcida da minha vida. Sabe quando já temos um determinado acervo de fatos memoráveis para usar como referência? De modo que, qdo precisamos, vamos lá e pegamos tal lembrança como exemplo de algo bom ou ruim e acertamos em cheio! Sinto-me assim... com um pouco de experiência sinalizando para mim em que terreno (minado ou fértil) pisar.
Pé no chão, cabeça entre as nuvens e o abismo. Opostos rodeando a todo o tempo. Tudo isso sem me considerar desconfiada de tudo. Acho isso um tédio.
Síndrome do coração partido? Eu?
Então... não sei bem.
Só sei que não dá pra ser a mesma depois de algum tempo. Inúmeras são as vezes em que colamos pedaços de nós para não nos perdemos no vazio, porque são muitos os dissabores, as desditas, que nos fatiam em mil pedacinhos bem pequeninos.
Mi*



Conserto

Preciso consertar minha alma
e cerzir meu coração,
coser ponto por ponto os encontros
entrelaçar os fios rebordando meu monograma.
Lavar com cuidado e sabão de coco
esse coração encardido pelo
e manchado de armário.

Minha mãe dizia:
guarda o branco em anil,
senão, amarela.
Lavar com amor e secar ao sol,
engomar ligeiramente em maisena,
passar a ferro quente.

Esticá-lo na vitrine da cristaleira
para que eu o veja sempre e não me esqueça
que o coração guardado se mancha de tempo perdido.

Wania Amarante.

Por onde andei

Desculpe estou um pouco atrasado,
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei errado e eu entendo...
As suas queixas tão justificaveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias até pra uma criança.
Por onde andei enquanto você me procurava?
Será que eu sei que você
é mesmo tudo aquilo que me faltava?

Amor, eu sinto a sua falta
E a falta é morte da esperança
Como o dia em que roubaram seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo coisa muito frágil
Uma bobagem, uma irrelevância
Diante da eternidade do amor de quem se ama

Por onde andei enquanto você me procurava?
E o que eu te dei foi muito pouco ou quase nada?
É o que eu deixei algumas roupas penduradas
Será que eu sei que você é mesmo
tudo aquilo que me faltava?

Nando Reis.

quinta-feira, dezembro 01, 2011


Pelo Facebook

Durante este ano (2011), li vários textos e frases de um autor novo chamado Caio Fernando Abreu publicadas no Face. O que acho ótimo, porque mostra como a rapidez da internet é eficiente e cheia (cheia!) de aspectos positivos. Acho mesmo que tudo feito para purificar o nosso interior seja válido. Compartilho várias imagens legais, pensamentos, máximas... O que é bom deve ser passado adiante, em comunhão mesmo. De repente penso que os sites de relacionamentos têm, por vezes, este papel de unir as mãos das pessoas numa ciranda gigante, gentil (por vezes, não, claro. Nao sejamos alienados ou hipócritas). Mas, no geral, são propagadas mais o Bem que o Mal. Quanto mais não seja... por hoje é somente isso, pois estou muito fadigada.
By Mi*



A arte de ser feliz
(Cecilia Meireles)

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crinças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como refeletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega.
Às vezes um galo canta.
Às vezes um avião passa.
Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.
****

Vi tamanha graciosidade neste poema...
Mi*



equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.

Cecilia Meireles.



terça-feira, novembro 29, 2011



Não passou
Passou?
Minúsculas eternidades deglutidas por mínimos
relógios ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu,
ninguém foi infeliz.

A mão- a tua mão, nossas mãos-rugosas,
têm o antigo calor de quando éramos vivos.
Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta,
passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
Drummond*



Aprendamos, amor, com esses montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.
Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Samarago,
em poemas possíveis*

segunda-feira, novembro 28, 2011


Super adoro a Carrie (SJP)

Pensar em moda pra mim é lembrar de Sarah Jessica Parker, sobretudo em Sex and the city. Sua ousadia com os chapeus ao longo do seriado, as roupas, os laços, as saias, os sapatos que “a matavam, mas que ela os adorava” (como a Carrie dizia), tudo nela é Fashion. Já chorei, sorri e refleti várias vezes com ela. Sempre a via no Multishow ou Fox (Sony, sei lá) quando voltava da facul, no Rio (Saudades).
Vejo os melhores (em minha opinião) programas de moda do GNT: Superbonita, Vamos combinar e o Fashion Police (no E!). Massss questiono se levo moda tão a sério assim...

Na verdade, não. Mormente, em meu dia a dia, porque adoro uma rasteirinha, um jeans confortável, uma camiseta de algodão. Bolsa? Aquelas miudinhas usadas de lado? Pequeninha? Só no meu tamanho, honey, já que AMO um bolsão! Onde caibam minhas neuras todas: sombrinha, livro, agenda, óculos, protetor solar, canetas, batom, meu cel., barrinha de cereal etc. Sou gamada em bijouteria (faço algumas). Eu mesma faço minhas unhas e seco meu cabelo (no ventilador: adoro!!). Quando ele me estressa, seco no secador ou uso uma pranchinha (muito raramente). Maquiagem? Rímel, batom e lápis de olho. E rua!...



Ou seja, vejo bastante programa de moda, sei sempre o que se está usando nas ruas, contudo... só entro numa roupa quanda esta me deixa confortável e só uso um sapato que me faça sentir nas nu-vens! Embora saiba que, como baixinha, deveria abusar dos sapatos altos, como a Carrie. É que... aqui pra nós, o saltos altos podem até ser elegantérrimos, massssss conforto?! Isso não oferecem, não (No way!).
Fala sério... A mulherada desfila na faixa de pedestre com dificuldade, tadinhas, tentando equilibrar-se naqueles arranha-céus. Salto tem limite e o meu é rasteiro no que se refere aos meus pezinhos de "Sleeping beauty" (Nem tanto assim). Desta forma... posso afirmar que adoro moda, mas eu uso a minha própria, bem particular: jeans, camiseta, rasteirinha e biju: sempre!
A única coisa que tenho a ver mesmo com minha personagem favorita talvez seja só a neura com algo: perfume, no meu caso. Aí, sim... hidrantes e perfumes... são pra mim como sapatos são pra ela. E por aqui, sweety, confesso: tem que ser um luxo só!... Porque toda mulher merece estar sempre cheirosa. Perfumada... como as flores. Em fragrâncias francesas, de preferência. Afinal, um tiquinho de glamour na vida não faz mal a ninguém...
By Mi.

domingo, novembro 27, 2011


Em falta

A gente sabe bem quando está em falta com uma amiga. Tenho me sentido assim com a Jack. Retraída em certa medida, na minha, nesta bolha gigante onde aprendi a me manter. Absorta, quieta, observadora, calma, muito calma. Ando assim. Menos alheia. Decerto que sim. Mas ilhada. Ela me liga. Liga sempre. Mesmo quando eu, num tom apressado, fugidio, lhe peço para ligar depois. Ocupada? Sim, como todo mundo. Mesmo assim, ela vem. Sinceramente preocupada. Importando-se. Convidando-me à sua casa, passeio no shopping, quer companhia. A minha.
Penso na frase "Prefiro perder tempo com os amigos, a perdê-los com o tempo". Sinto medo. Muito medo de perdê-la. Já perdi a Elisa. Meu agoísmo na época nos afastou (Digo "na época, pq acredito ter me tornado mais altruísta. Chega de me dizer coisas ruins!). Voltando...
Pela Karen, sinto pouco, já que, afinal, nada fiz a ela. Nunca entendi seu comportamento no final de tudo, alguém a quem dizia tu-do, sem reservas. Mas acabei aceitando.
Paguei muitos preços por ter magoado fundo minha melhor amiga Elisa. Arrasto essa corrente até o último minuto dos meus dias. Ela não me dá perdão e eu morrerei pedindo em e-mails e preces silenciosas. Mass, por que toquei nesse assunto mesmo? Já faz tantos anos... Talvez... pq não queira perder a Jack tb. Todavia, não sei como cortar, ao certo, esse cordão de isolamento.

Eu não era assim... Nunca havia sido. Hoje em dia, perdi minha vocação para Miss Simpatia. Prefiro o silêncio dos livros e blogues amigos a socializar o tempo todo em bares, halls e festas... Enfim. Quero ligar, lhe dar mais atenção. Carinho. Quero-a em minha vida. É a amiga mais presente que tive. Fiel, solícita, dedicada. De todo o coração, quero dias mais felizes para nós duas, mais amizade, mais lembranças, menos ausências, menos isolamento da minha parte. Preciso juntar vontades. Uni-las como os fios de um pano.
By Mi*


 
Me olhou daquele jeito carinhoso e me pediu que independente do que viesse, de como fosse, permacêssemos sinceros e próximos. Eu que não sei lhe negar nada, assenti com o coração. E me deu aquele aperto no peito, de um jeito que fez meu lado inteligente guardar aquele momento gostoso de cumplicidade, eu sabia que logo iria sentir falta daquilo. Depois do pedido feito e esclarecido, você me abraçou tão pra sempre e tudo mudou rápido demais. Me dei conta de como fomos tolos e ingênuos, tudo muda o tempo todo. Isso vai passar ou já foi - lá vai, será que volta? Estou tão forte na minha promessa. Tenho você em mim: Aquele rapaz que independente do que veio, de como foi... Sinceramente, continua próximo. E você pediu e não soube receber. E você quis e não soube ter. " E o que é que a vida fez da nossa vida? E o que eu não continuo fazendo por amor ... ?".

Thaise Moraes.
(Gosto dos textos dessa guria).


"Toda mulher é doida. Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa...
que sem amor, a vida não vale a pena."
Martha Medeiros*

sábado, novembro 26, 2011


Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em… seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.
Caio Fernando Abreu.


Sem vc

Conversas ao telefone. Horas desfiando um rosário de palavras, tentando juntar as letras pra formar outras frases que não comecem com "Saudade". Caminho de um lado a outro da casa, com o fone de ouvido, já que segurar o celular é entediante. Um pouco de conforto amenizaria o cansaço de continuar escrevendo nossa história assim: a distância?
Ora sinto-me uma boba, ora sinto-me especial, feliz, amada.
Diz-me coisas lindas. Profundamente. Serão?
Não serão apenas carinhos? Afinal, já são tantos os anos...

Penso naquela frase do Caio F. Abreu. Que diz assim ó... "Idiota fui eu, que só por ter tido carinho, pensei que fosse amado". Não sei... Ou sei? Sei... o tempo continua passando, como um garotinho travesso e inquieto. Tudo permanece igual: conversas ao telefone. Horas desfiando um rosário de palavras, tentando formar vontades e pensamentos que não comecem com "Ainda te espero".
Mi*


sexta-feira, novembro 25, 2011

If the only prayer you ever say in your entire life is "Thank you",
it will be enough."
Happy Thanksgiving day*

Postei esta frase ontem no Face, já que ela me fez pensar na beleza desse
feriado americano. Um dia inteirinho só para nos lembrar de dizer ou de pensar... num simples "Obrigado" ao Universo, àquela energia de Bondade, a Deus enfim!
Está aí... este é um feriado ao qual, acho!, deveríamos aderir.
E por que não?

No tocante à imagem da garotinha...
Bem!... Além de ela me remeter a um desejo quase incontrolável que tenho sentido de ser mãe, postei-a pela sua carinha travessa misturada a um pureza incrível. Eu, ao menos, vejo isso...
Então... ela me fez querer agradecer por ainda ter sonhos,
pelo amor das pessoas que continuam em minha vida, pelas amigas novas, pelas antigas que não se foram, pelos perdões que dei e pelos recebidos.
Pelas desculpas que não dei nem recebi, porque algo também aprendi com tudo isso.
Anyway!...
Só pensei em agradecer por um infinadade de pequeninas coisas.
Pensei também em chamar por novas realizações merecedoras de futuros agradecimento. That's all.
By Mi*


domingo, novembro 20, 2011



O livro da solidão
(Cecília Meireles)

Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida:
"Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?".
Vêm os que acreditam em exemplos célebres. Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo... Pois eu creio que todos esses importantes livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se Deus me concedesse a mercê de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro — poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um Dicionário. Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.

Não sei se muita gente haverá reparado nisso — mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O Dicionário tem dentro de si o Universo completo.

Logo que uma noção humana toma forma de palavra — que é o que dá existência ás noções — vai habitar o Dicionário.

As noções velhas vão ficando, com seus sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão chegando, com suas petulâncias, seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos a lugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoar ninguém...

A minha pena é que não ensinem as crianças a amar o Dicionário. Ele contém todos os gêneros literários, pois cada palavra tem seu halo e seu destino — umas vão para aventuras, outras para viagens, outras para novelas, outras para poesia, umas para a história, outras para o teatro.
[...]
E sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Água, areia e esperança

Ilhada, lentamente, caminho na corda bamba:
Feita de ar, areia e esperança.
Paro frente ao mar:
(deserto d’água salgada,
parede oceânica).

Respiro o vento frio do inverno,
ventos que vêm de longe...
Tenho frio.
Aqueço-me num gesto solitário.

Quem sabe... amanhã, venhas assim de surpresa,
misturando ao meu cotidiano o
que, há muito, é apenas um vulto,
promessa silenciosa de “talvez”.

Olho por cima do meu ombro, não estás...
E atrás tudo o que há: selva de pedras,
concreto, mármores gélidas.
Muro de gente: a cidade,
a vida que se agita.
 
Á frente, tudo é mistério,
pancadas de água e rochas,
disputas entre vento e mar.

E eu ali com meus passos interrompidos,
espremida entre dois limites,
pequenina faixa de areia.
Vagando entre o que queria que fosse e
o que pode de ser.

Regresso ao caminho pensativa, ilhada,
em plena corda bamba:
feita de água, areia e esperanças.
by Mi*