Água, areia e esperança
Ilhada, lentamente, caminho na corda bamba:
Feita de ar, areia e esperança.
Paro frente ao mar:
(deserto d’água salgada,
parede oceânica).
Respiro o vento frio do inverno,
ventos que vêm de longe...
Tenho frio.
Aqueço-me num gesto solitário.
Quem sabe... amanhã, venhas assim de surpresa,
misturando ao meu cotidiano o
que, há muito, é apenas um vulto,
promessa silenciosa de “talvez”.
Olho por cima do meu ombro, não estás...
E atrás tudo o que há: selva de pedras,
concreto, mármores gélidas.
Muro de gente: a cidade,
a vida que se agita.
Á frente, tudo é mistério,
pancadas de água e rochas,
disputas entre vento e mar.
E eu ali com meus passos interrompidos,
espremida entre dois limites,
pequenina faixa de areia.
Vagando entre o que queria que fosse e
o que pode de ser.
Regresso ao caminho pensativa, ilhada,
em plena corda bamba:
feita de água, areia e esperanças.
by Mi*
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