sexta-feira, dezembro 31, 2010



Último dia do ano


Estava pensando sobre o que escrever... Sobre meus 3 desejos? Hum... saudade de algum Réveillon em especial? Agradecimento? Mas optei por falar sobre minhas observações em relação ao forte apelo da mídia por toda a parte. Apelo de fuga, de “Saia de casa!” etc. Como se ficar em plena quietude e paz fosse pecado. Vejo e anoto, como alguém que parece estar de fora, distante, "contemplando o espetáculo do mundo", como diria Caeiro.
Na TV, rádio, entre os amigos, nesta época do ano a pergunta frequente é onde se vai passar a virada do ano. Sentimo-nos meio que "obrigados" a ir a alguma praia só para não passar em branco, para ter o que comentar com o pessoal. Há uma pressão.
Isso é evidente, de tal modo que, se não atendermos ao apelo do senso comum, é como se não estivéssimos vivendo, porque "viver é fazer o que todos fazem". Mesmo que, ás vezes, nem seja exatamente isso que se deseja verdadeiramente fazer?
Há pessoas, de fato, que preferem calmaria á agitação. Sou uma delas. Eu sempre fui meio introspectiva, hoje em dia então... mas gosto de passear entre amigas, claro. Longe de aglomerados de homo-sapiens, de preferência. Para mim, só faz sentido, se fizer aquilo que meu coração e natureza me pedem. Eis que ficarei em casa na companhia doce da minha mainha (forte como uma rocha!). E depois da ceia, vou conversar com ela até adormecermos...

Depois dos réveillons na Ilha de Itaparica, Salvador, Recife, em Copacabana (era sonho de adolescência), tudo o que quero, neste ano, é ficar longe de multidões e da hipocrisia que seria se viajasse sem vontade.
Lembrei das aulas de inglês, no cursinho... A prof. nesta altura, costuma pedir ao aluno que escreva sobre sua "New resolution". E é exatamente acerca disso que também quero falar... Meu novo alvo é um antigo... quero agir com muita sinceridade em relação a mim mesma (sondar sempre o que realmente diz meu coração); quero saúde pra continuar seguindo e muitos, mas muitos sorrisos! Acabei tocando nos 3 desejos ao "gênio da lâmpada".
Enfim!...
Feliz 2011 a todos!
Saúde, prosperidade e muito amor.

quarta-feira, dezembro 29, 2010






Meu amigo Rafa pediu pra eu escrever algo sobre nossa amizade para uma promoção num site. Foi uma alegria relembrar do nosso último encontro, no centro do Rio, ainda em 2007.
Quis postar aqui tb...
Mi.

Despedida entre áspas
(A.M.I.Z.A.D.E.)

Era uma linda tarde de verão carioca. O céu estava tipicamente limpo, cristalino até. Havia um leve brisa, costumeira em alguns pontos do centro do Rio de Janeiro. Eu e meu amigo Rafael Fortes marcamos nosso encontro antes de ele voltar a morar no Paraná. Marcamos no Liceu Literário Português (onde nos conhecemos numa aula de francês). A logística era boa, porque fica em frente á estação de metrô da Carioca. Fácil acesso para mim, vinda da Tijuca. Nesta tarde, resolvemos passear por algumas igrejas barrocas, pelo Real Gabinete Português (checamos abertura de cursos), nos extasiamos com a arquitetura e imensa biblioteca (como sempre).
A estátua de Camões em frente ao Real, como sentinela velando pelo patrimônio intelectual, é imperdível. Impossível não parar e contemplá-lo por alguns minutos. E, claro!, fomos tomar um café no restaurante do suntuoso Centro Cultural Banco do Brasil. O lugar é um charme. Com um lindo piano de cauda, preto, luz amarelada, mesas e cadeiras de uma madeira delicada e estofados confortáveis. (Até parece que foi um lanche caro descrevendo assim. Foi baratinho...).
A tarde foi linda. Conversamos sobre literatura, relacionamentos, planos de viagens, ensino, livros, Europa (nunca fomos! [Ainda]), fizemos lindas fotos que, ainda hoje, habitam nossos arquivos no Orkut (somos orkuteiros tb!). Ao entardecer, ele me levou até o ponto de ônibus ao lado da Candelária [ou foi no dia que me deixou na Lapa?). Ambos de volta á Zona Norte, mas para bairro diferentes. Abraçamo-nos como amigos cônscios de que o reencontro tardaria um pouco. Já lá se vão 3 anos...

Ele me deu um presente (aquele cordão comprido da moda, com um pingente grande prateado e cravejado de pedras em tom caramelo). O caminho para a casa foi longo, não pela distância, mas pelo trânsito àquela hora... Foi bom, porque tive tempo para refletir mais sobre como adorei ter conhecido meu amigo querido em 2006, em como sua amizade havia se tornado especial em minha vida... em como eu mesma devia ser especial por ter seu carinho e afeto verdadeiros, inocentes, como os de um irmão.
Bem... Essa é a singela história do nosso mais recente encontro, há três anos. Simples relato cheio de certeza de que aquela não foi a última vez que vi um dos meus grandes amigos. Amigo verdadeiro, daqueles que o tempo e distância com seus "Não's" não afastam de nossos vidas, tampouco de nossos corações... Há épocas que passamos tempos sem nos ligar, ou nos escrever, ou nos encontrar no MSN. Mas assiduidade nem sempre é sinônimo de carinho mútuo. No nosso caso, a ternura ultrapassa essas barreiras.
Com carinho,
Mi.
{Homegeando o Rafa Fortes}.

terça-feira, dezembro 28, 2010



Ciranda das emoções

Há alguns dias, li um textinho naquele site esotérico “Todos somos um”. Falava justamente sobre como confundimos nossas emoções com nossa identidade, como se cada sentimento representasse nós mesmos. Mas são apenas parte de nós. Eles existem á parte... de forma independente. Apropriam-se das nossas mentes e corações por questões psíquicas, fraquezas... é como se os alimentássemos.
Dezenas de pensamentos nos acometem ao longo do dia. Todos eles somados ás sensações que provocam fazem de nós uma verdadeira bomba ambulante de emoções concentradas, silenciosas (?).
Infelizmente, deixamo-nos levar muito pela enxurrada daquelas reflexões difíceis de controlar...

O mais legal é o trecho sobre nós, na verdade, sermos a consciência pulsante por trás das emoções. É difícil administrar nossos pensamentos, não deixá-los aflorar energias negativas, nada produtivas.
Meu amigo Lu diz "penso que, a todo instante, nossa consciência é turvada por um nevoeiro de sensações que nos tiram aos poucos do caminho...". Ele tem razão. Talvez seja essa neblina que nos torna cegos (saramaguianamente falando).
Por outro lado, em alguns casos, acho que essa neblina que nos rouba a lucidez, e consciência de tudo ao longo do dia, é a mesma que nos faz esquecer das coisas ruins ás vezes. Ou seja, tudo tem seu lado bom e ruim de fato.
A gente precisa dessa alienação pra não ser rancoroso... para poder seguir em frente sem mágoas dos dissabores da vida. Cantaria Seal "Nós nunca vamos sobreviver, se não perdermos um pouco a lucidez" (tradução "crazy" minha).

Meu questionamento é? Como equilibrar forças mentais (pensamentos) com bom senso? Como direcionar sentimentos se eles nos rodeiam como numa ciranda?
Como ser consciente 24 horas por dia se já percebi que a alienação exerce, concomitantemente, papel salvatório também?
Por isso, é bom escrever, conversar, pq a linguagem, qdo estimulada, põe na superfície tudo o que subjaz em nós. Pelo menos, é bom refletir sobre como refletir melhor... A única benesse que vejo daqui do olho do furacão. Ao menos, nos textos escritos visualizo as pontas dos icebergs em mim...
Ai, hoje estou down (a lot!).
Mi.

P.S. Foto: Morro de SP-Ba, na primavera de 2010.
P.S. Crase não localizada no teclado.



"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".



Fernando Pessoa.

segunda-feira, dezembro 27, 2010



Pequenas coisas


Por que as coisas mais importantes, por vezes, passam despercebidas? Será que são demasiado pequeninas? Do tamanho de uma formiga? Invisível a olhos nus?
Nem sempre!, porque, constantemente, elas são bem grandes, gente de carne e osso, mas não as vemos...
Era sobre esse tipo de insensibilidade para perceber o necessário e a realidade gravitando ao nosso redor de que Saramago tanto falou no “Ensaio sobre a cegueira”.
Claro que o essencial pode vir mesmo invisível aos olhos, para vermos bem só com o coração (Exupéry), pode ser aquele fio conectando nosso computador, dando energia para ele brilhar e exercer todas as suas funções... pode ser aquela amizade verdadeira que, em algum momento das nossas vidas, não demos (não damos) muita importância. São tamanhas as possibilidades. Há camadas e camadas de coisas especiais em torno de nós e, ainda assim, desenvolvemos uma cegueira horrível, branca como no livro, de tão clara e evidente que é o Real.
Eu me pergunto por que tanta dificuldade em reparar? "Olhar" todo mundo pode olhar, mas reparar é mesmo diferente. Por que desvalorizar o importante, supervalorizando ilusões? Elas, amiúde, são puros insetos e lixo psíquicos!


Eu pratico o desconcerto do mundo (Camões) e a cegueira saramaguiana... já que comporto em mim contradições e vivo, em alguns aspectos, de olhos vendados. Minha cunhada psicóloga diria “é resistência insconsciente”.  Receio de olhar de frente o Minotauro e ser devorada por ele... (A realidade pode nos parecer um monstro mítico). E o resultado disso é o congestionamento de sonhos, aguardando o sinal verde das dificuldades para poderem seguir em frente. Sem se apoiarem no Real, os sonhos estagnam. E o que era uma "inocente" proteção torna-se patologia. Isso fabrica pessoa cegas... "Cegos que vendo, não veem" (Saramago).  
Apesar da confissão, observo o despertar da uma consciência, há muito, adormecida, rasgando, devagar e sempre, o véu de Maya...
Sinto-me pronta para encarar mais (cada vez mais) os fatos e nao me deixar arrastar pelo "canto da sereia". Até que, um belo dia ensolarado desses, os velhos medos não me assustem mais... podendo, enfim, dar mais (muito mais!) importância ao que verdadeiramente é bom, importante, anti-supérfluo.
Mi.

domingo, dezembro 26, 2010



                                  

Foto: Rackel (priminha) e Léo (meu mano)


Singelos escritos de Natal

A noite de Natal estava bonita, estrelada, sem aquele calorão insuportável do Rio, de Cabo Frio. Feira é mais fresca à noite. Caem, em média, 10 graus. Tirei meu irmão no amigo oculto. Meu Léo... falei ao fone com quem queria... Senti saudades da Elisa, tentei lhe escrever...
Lembrei de um textinho de Pessoa, que conheci na época de facul. Todo estudando de Letras se encanta mais por uns do que por outros escritores. Acabei me inclinando muito à literatura portuguesa, porque tive ótimos professores. Se não fosse a Chris Ramalho, penso, talvez nem tivesse me aproximado mais da Lit. brasileira.
Quando comecei a ler Pessoa, me esbarrava com frases e textos tão doidos, doídos... alguns lindos. Dos heterônimos ao homônimo mesmo, há sempre alguma identificação. A lit. é mesmo atemporal... Deixo essas palavras abaixo. Queria tê-las posto no meu convite de formatura, em 2004, mas já haviam se apropriado delas uma colega. A herança cultural das Letras pertence mesmo a todos. Fazer o quê?
Que venha a noite de Reveillon cheia de paz, longe de multidões. Foi o que escolhi pra mim.
"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Fernando Pessoa.

quarta-feira, dezembro 22, 2010




De volta

Tanto tempo sem vir aqui. Mais de um mês? Certamente. Ficar sem escrever é um tormento. Compensei, claro, fazendo algumas anotações num diário que ganhei este ano (Há dois anos, desde que saí da Tijuca, não escrevia mais a punho). Como meu lap morreu (ressuscitou em terras longínquas, porém), fiquei este tempo de castigo. Mas sabe?... Foi tão positivo. Li tanto. Estudei vários textos, analisei-os sem aquela ansiedadezinha de checar os e-mails, ler notícias e outras bobagens. Há tempos não sabia o que era viver sem internet, sem computador em tempo integral. O lado positivo: passei mais tempo dando atenção a pessoas de carne e osso, conversando, todos os dias, com meu irmão Di por exemplo. Aproximamo-nos muito, já que ele sempre foi fechado. Não que não houvesse carinho e amor por ele; afinal, viemos dos mesmos pais. Mas meu Léo sempre foi mais próximo (meu anjo lindo da "mã"). E o Lipe. Bem... O Lipe virou uma pestinha, a quem repreendo demais. Será que tenho sido muito dura com ele? Minha relação com meu irmãozinho foi cortada qdo ele tinha dois anos. Então, meu pequeno mais próximo continuou sendo meu Léo mesmo.
Mas, por que estou falando nos meus três irmãos?  

Este é o fascínio da escrita... ela nos levar (arrastar, conduzir) pelos meandros das nossas mentes, lembranças, como verdadeiros labirintos. E são de fato. Quando menos espero, escrevendo acesso a palavras inconscientes e descubro mais sobre mim, sobre esse grande coro de vozes que tecem a existência interior de um ser humano. Sim, porque temos tantas vozes cá dentro, é de autorrepreensão, é de culpa, é de afeto, desafeto, saudades etc.
Fora isso, viajei muito... Vi lindas praias. Conversei muito com minha mãe, me distanciei um pouco das amigas por motivos de estudo. No geral, enfim, foi um período que deixa saldo positivo.
É semana de Natal e só quero me inspirar em coisas boas. Nada de pensamentos ruins: só prosperidade, saúde e amor.
Mi.

sexta-feira, outubro 15, 2010



 
 
DESTRUIÇÃO
 
 
Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada, ninguém.

Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir mas o existido
continua a doer eternamente.
Drummond.


Sexta-feira de Primavera sem flores

Hoje acordei um pouco tarde. Havia me recolhido muito tarde também. E ainda há aquele bocadinho de tempo destinado ao repassar, na memória, as últimas imagens vistas; além dos pensamentos persistentes, já que sempre temos um!
Nos sites, pela manhã, várias notícias de casais se separando, divórcio etc.
Está cada vez mais comum isso. Ainda me impressiono e, me impressionar, revela o quanto ainda sou imatura. Chegará o dia em que nada me espantará mais tanto assim?
Talvez, os anos me tragam essa benesse horaciana, ricardiana (Fernando Pessoa) de poder apenas contemplar o espetáculo da vida impassível, inerte.
Só me resta aguardar a espera de mais anos.

Não acredito que já tenha havido mesmo um tempo em que casais ficavam juntos sempre porque queriam e se amavam de verdade. Acredito, porém, na existência de pessoas que vivem assim, ou já viveram. Não necessariamente por aquele amor romantizado, mas, sim, motivado por muita vontade. Não são as vontades que constroem sonhos???

Não é questão de tempos modernos ou obsoletos, mas de vontade que se dá ou se deu em qualquer época. Quando se deseja muito alguém, na maioria das vezes não amamos esse alguém como se prega que seja o amor.
Tantas vezes, odiamos a pessoa, queremos que seja diferente, olhamos obliquamente (como diria Machado). Mas é a vontade de estarmos juntos que nos faz ficar ao seu lado, aconteça o que acontecer.

Quanto mais não seja... lembrei deste poema de Drummond: "Destruição", que fala sobre como destruímos o Outro para amarmos nossa projeção neles. Mas me serve de conforto pensar em laços desfeitos sob este ângulo: de que precisamos ser livres para amarmos a nós. Não esquecendo que há sempre mais de um ângulo, mais de uma perspectiva. E também a certeza de que nenhum separação, nem um tipo!, nos passa tão indolor quanto, por vezes, gostaríamos...
Mi*  




Outro mar
(Luiza Possi)


Não digo mais nada
É melhor ficar calada
Que machucar seu coração
Palavras não desistem
De alcançar o entendimento,
No nosso caso, discussão.

E eu tenho medo...
O silêncio quer gritar:
Que me perdoe.
Eu não posso mais ficar,
Eu não quero mais!

Abro as portas pra vida
Pra ser vivida.
Abro os meus braços pro mundo,
Tô livre sem rumo.
Fecho meu corpo pra dor,
Porque ainda é cedo pra viver um novo amor.

A festa acabou,
Meu vestido puiu,
Nosso copo secou.
Na última dança,
Pisei teu sapato,
A orquestra parou.

E eu tenho medo
O silêncio quer gritar:
Que me perdoe!
Eu não posso mais ficar,
Eu não quero mais.


Abri as portas pra vida,
pra ser vivida!...
Abri meus braços pro mundo,
Tô livre e sem rumo.
Livrei meu corpo pra dor,
porque ainda é cedo pra viver
um novo amor.
E quando essa hora chegar,
Impossível não saber...
Sou um rio correndo pro mar,
Para alto mar...
Para outro mar!

Abri as portas da vida, louca vida.
A.bri meus braços pro mundo
Não tô mais sem rumo.
Livrei meu corpo da dor.
Porque chegou a hora de viver um novo amor!
Novo amor...

quinta-feira, outubro 14, 2010

"As estrelas são sóis muitos distantes. O sol é uma estrela, bem perto" (John Vaz).




"Mas não subiu para as estrelas, se à Terra pertencia...".

São as últimas palavras do livro "Memorial do convento", quando Baltasar é queimado num auto de fé, na Idade média, enquanto sua Blimunda assiste a ele e chama sua alma para si. Não tinha mesmo que subir a lugar algum, porque a ela pertencia, à mulher, à terra.
Serão, pois, essas as palavras que ficarão gravadas na lápide em homenagem a Saramago, no local onde quedarão suas cinzas. Acho justo, já que ele gostava tanto do nosso planeta e acreditava no homem, em seu trabalho... Sim, acho que ele cria na humanidade. Seus romances nunca chegaram ao fim sem uma gota de esperança que fosse nisso.
Tomara que chegue aqui ao interior o filme novo sobre a vida dele com a Pilar.
Quero muito ver na tela um pouco do que vi quando os conheci na ABL, em 2008... É uma delícia lembrar que já estive inúmeras vezes no local onde o filme foi estreado, no Rio. O Espaço de cinema Unibanco, em Botafogo é muito agradável, a vista é bonita também. Não podia haver espaço melhor no Rio.
Mi.





À procura
 
Andei pelos caminhos da Vida
Caminhei pelas ruas do Destino -
procurando meu signo.
Bati na porta da Fortuna,
mandou dizer que não estava.
Bati na porta da Fama,
falou que não podia atender.
Procurei na casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha mudado
sem deixar novo endereço.
Procurei a porta da Fortaleza.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez me beber de seu vinho.
Acertei meu caminho.
Cora Coralina.




Crer é poder sentir

Não gosto muito de expor meu ceticismo. Não acho bonito e soa meio sei lá... arrogante? É... acho que sim. Quem afirma não acreditar em nada parece que está excluindo de si tudo aquilo que não consegue compreender, ou sentir. E eu até que sinto (=creio) em muita coisa...
É isso. É como meu amigo Peter falou agora há pouco: é preciso sentir pra crer. Se eu consultar meu coração, ainda sinto bastante coisa, mesmo depois de tudo o que li, sobretudo, as leituras saramaguianas que, se não nos tornam amargos, no mínimo, sacodem de nós toda poeira das ilusões.
Ninguém pode dizer que Saramago não cria em nada, porque cria no trabalho e, mormente, no amor. Em todos os seus romances, "o amor se cumpre" (palavras dele!).

Mas não foi pra falar dele que vim escrever. Foi pra falar de mim mesma... do quanto preciso acreditar mais em Deus, na vida e no amor. Fortalecer essas sensações. O ser humano precisa crer em algo. Nem que seja em si mesmo. Não há como negar a existência de uma energia divina. Só é difícil crer em alguém que presida isso tudo sozinho, manipule sozinho ao sabor de interesses particulares.



Talvez, se eu não tivesse ouvido falar em "Desconcerto do mundo" (Camões), e se não tivesse sentido as suas palavras da forma como as senti... Se ainda nem houvesse compreendido profundamente que as injustiças e dissabores ocorrem, às vezes, sem o menor sentido... quem sabe... eu seria mais ingênua, menos cética...
No que mais acredito (=sinto)?
Deixa ver... Na necessidade que temos um do outro. É essa interdependência , a busca um pelo outro por motivos vários, que justifica as existências, é o balé das energias que faz a roda do mundo girar. Isso, sim, faz todo sentido pra mim.
Mi. 


Tocando em frente

Ando devagar
Porque já tive pressa
Levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nos compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz!...


Mulheres livres, independentes?
(Somos mesmo?)


Nós mulheres lutamos tanto pela independência, por nossa liberdade, pelo direito ao voto, à participação efetiva na sociedade, não como meras chefes de famílias; mas como cidadãs, profissionais, mães, filhas, esposas, avós. Queremos exercer todos os nossos papeis conciliando-os à equidade em relação aos homens.

No passado, lutamos a favor do direito de podermos segurar nas mãos um livro ao invés de um filho em tenra idade, para amamentar e criar. Reinvindicamos à chance de escolher os nossos pares (Quanto progresso!). Hoje, no entanto, diante de menos entraves e mais portas abertas (escancaradas), o que temos feito da liberdade de expressarmos nossas escolhas? Optamos mal! Muuitas vezes, nosso dedo é podre. Optamos pelo par errado pra nós, seguimos o caminho contrário.
Mass, deixa eu ver se entendi... queríamos tanto fugir dos casamentos arranjados, e hoje não sabemos o que fazer com a chance de mandarmos em nossos destinos? Muitas vezes, sim. É tão sutil...

Às vezes, há quem sinta saudades daquele tempo em que os pais podiam fazer nossas próprias escolhas. Tiravam dos nossos ombros o fardo da responsabilidade de escolha. É verdade!... Havia quem culpar, e hoje? Culpamos a nós, ao destino?... À sorte ruim. Tínhamos o benefício da dúvida... ("Mas se eu tivesse escolhido meu caminho, seria tudo diferente!", talvez tenham dito nossas antepassadas). 
Mesmo num país como o Brasil, onde a qualidade de vida em determinadas regiões são mais carentes em todos os sentidos (até na sociabilização), há portas abertas, opções, variedade. Embora, claro, haja mais mulheres no mundo, complicando com tanta concorrência.

Mas fazer o quê? Isso faz parte do ardil, da artemanha da Mãe-Natureza para garantir as gereações da nossa espécie. Afinal, é a mulher quem mais procria...
Com tudo isso, por vezes, são as nossas próprias mãos femininas que fecham as compotas do céu, as janelas com vista para a felicidade...
Diante de tantas incertezas e culpas por decisões a sós e equivocadas, ainda prefiro a paisagem que dá direto para a minha liberdade de poder selecionar, nem que seja assim mesmo, sozinha, os caminhos que desejo seguir.
Liberdade? Independência TOTAL? Não, não existe... Estaremos sempre reféns de algo. Mudam-se os tipos de dependências apenas. Dependentes, sim, de afetos, de sonhos que nos comprometem... Sobretudo, estaremos constantemente dependendo dos nossos erros para sabermos acertar melhor nossos alvos. Para quando alcançá-los, construirmos outras dependências e cometermos mais erros, rumo a novos acertos: ciclo sem fim.
Mi.

domingo, outubro 10, 2010


... Primavera!...


Dias lindos de sol na Bahia. Isso é algo que gosto no nordeste: ensolarado. Às vezes, até demais! Ainda, sim, muito bonito... Dias claros, límpidos, cristalinos. Mas, infelizmente, no interior, refiro-me a Fsa., há pouquíssimo verde, flores, então. Afff... Se acharmos uma murcha, demo-nos por satisfeitos. É verdade. Feira é "careca", como diz minha amiga Jack.

A Avenida principal do bairro onde cresci e sempre morei antes de ir pro Rio, a Andaraí, foi toda arborizada no Dia da Árvore, por alunos de escolas públicas. Achei uma gracinha passar por perto no momento, coincidentemente, no dia e ver o projeto em ação.
No início de 2000, todas as ruas do Jd. Cruzeiro foram arborizadas, no entanto... por uma árvore que suga muita água do solo, desidratando-o. São palavras de minha amiga Jack também que não gosta muita dessa tal árvore cujas folhas pequeninas sujam demasiado, dando trabalho às donas de casa para poder recolhê-las.

Quando era criança, havia tantos pés de castanholas... Fazia uma sombra deliciosa e ainda dava um frutinho... Tudo bem que ainda reclamavam desses frutos que sujavam as calçadas, mas o ser humano reclama demais mesmo! Preferia ter a sujidade das folhas caídas no chão a ver nossa cidade assim seca, sem verde, sem flores (elas não gostam mesmo de calor), sem pé de nada...
Mesmo assim, viva a Primavera! Ainda lembro com entusiasmo de como esta estação consegue se expressar no Sul e partes do sudeste do Brasil.
Lá ou cá, não importa! Primavera é mês de flores. Se não as tenho plantadas, ganhadas, colho uma imagem de vocês na internet mesmo, só para poder lhes ver, paquerá-las, adorá-las!...
Mi.






Comer, rezar, amar


Por que falar de filme é tão bom? É mesmo uma delícia! Ainda mais quando uma das temáticas é sobre "viagem", inclusive, viagem interior, de busca do Eu, comprometido consigo verdadeiramente!
Vi esse filme com a Jack, no cinema, esses dias. Foram duas horinhas bastante agradáveis, porque foi como se viajássemos para Itália, Índia e Bali com a protagonista também.
Inicialmente, Liz (olha que íntima eu...) joga tudo pro alto: casamento frustante seguido de um namoro semelhantemente problemático. Relacionamentos que levaram-na a se parecer mais com seus companheiros do que com quem ela realmente, talvez, quisesse ser. A entrega era tanta que sua identidade parecia estar se apagando pouco a pouco.

Até que ela decide passar um ano viajando pelos lugares que queria.
Aprendeu, enfim, a se entregar um pouco mais aos prazeres da boa comida italiana, a se gostar mais do jeito que é. Engorda alguns quilinhos, mas não se importa e segue para Índia, sua segunda parada. Lá encontra o equilíbrio espiritual e tb existencial, deixando culpas e medos para trás, em definitivo!
Em Bali, ela aprende a amar, após comer e rezar. Ou seja, depois de experimentar o encontro com si mesma. Amar é seu "último" caminho na história do livro (filme).
Claro que antes de ela se render ao brasileiro, há todo um conflito. Afinal, já havia aprendido a se realinhar com o universo, a fazer as pazes com ele e, sobretudo, a não esperar tanto da vida e dos outros. Super legal...
Consegui me divertir.



Este é exatamente o tipo de filme que teria visto na companhia da Elisa, Karen, vovozinha, Angela...
Hoje é aniversário da Li, não consigo vê-la como alguém do passado. Como uma amiga que se foi, porque, afinal, ela continua em meu coração. E o carinho bem como a gratidão (se em algum momento foram esquecidos), parecem viver intocáveis, apesar do tempo (mais de 2 anos). Portanto, vejo que o tempo não conseguiu corroer o amor que sinto por uma das melhores amigas que tive...
Mas, enfim. É a vida. Desentendermos e nos afastarmos parece mesmo fazer parte do enredo de nossas histórias.
É isso, então!...
Mi-precisando aprender a "Comer, rezar, amar", como a Liz.

quinta-feira, outubro 07, 2010



Dear John

Todos que assistiram ao filme devem se perguntar se Savana e John realmente ficam juntos. A mulherada romântica vai achar que o encontro casual deve ter resultado, sim, num fim juntos. Um final merecido, diga-se de passagem... Só lendo o livro pra retificar isso mediante as palavras do narrador.
A história gravita em volta de um casal apaixonado que precisa se distanciar por motivos de estudos e trabalho, resultando no casamento da loira com o personagem inesperado (pai do autista).

Carta vai, carta vem, e ela se cansa de tanta solidão, por isso o envolvimento com outro homem. É natural. Uma jovem assim quer conhecer o mundo, ver gente, ter uma vida em comum com alguém que a amasse. Talvez, ela não soubesse que só ser amada não lhe bastaria. Mas também amar a sós, com o cara na guerra ou em qq outro lugar, também ninguém merece, né? Complicado...
A maioria esmagadora das pessoas passa por alguma relação assim, de idas e vindas. O que eu acho? Hum... me identifiquei um pouco com a história do Nicholas Sparks (pra variar... Eu adoro esse romancista norte americano!).

Mas, enfim, o que eu acho? Bem... mesmo diante de certa instabilidade, se um casal vai e volta, se qdo se veem é como se o tempo não tivesse passado, talvez seja porque nunca quiseram ir embora de verdade. Se ficarem juntos, então, é porque não poderia haver outro final de história. Mais uma linda história do Nicholas, como o "Diário de uma paixão" (Sem palavras!), "Um amor pra recordar" e outro que vi, mas esqueci o nome. Todos com uma fotografia incrível, personagens encaixados perfeitamente em seus intérpretes e de uma sensibilidade inesquecível, tanto textual quanto no enredo em si.
Gostei das reticências. Gosto das entrelinhas, do subjetivo, subentendido... É bom fugir do óbvio e fácil de ser compreendido. Sabe por quê? Simplesmente, porque nem tudo precisa ser dito. A Clarice que tinha razão quando falava do melhor estar nas entrelinhas...
Mi.





AUSÊNCIA


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade.

Ratificando texto do cartão: "tenhaM se passado muito anos...".

terça-feira, outubro 05, 2010


Everybody needs inspiration
Everybody needs a song
A beautiful melody when the nights so long
'Cause there's no guarantee that this life is easy...

When my world is falling apart and there's no light to
breack up the dark thats when I look at you.
When the waves are flooding the shore and I can't
find my way home anymore thats when I look at you.
Miley Cyrus.





... "O melhor está nas entrelinhas" ... Clarice Lispector.



08 de agosto de 2010

Essa foto já, já completa dois meses. Esbarrei-me com o álbum aqui pelos arquivos. Senti-me muito feliz por acessar a essas lembranças recentes. Quis postar, com todo carinho, a imagem dos meus irmãos cantando "Sonhos" (Chris Duran) pra mim como presente de aniversário, na verdade, intimado! Pedi tanto a meu Léo que a cantasse novamente, mas pra Geisa, porque me encantei com a letra e melodia desde que o ouvi cantar pra noiva no dia em que se casaram, no inverno baiano. Os dois a cantaram pra mim, afinal. Lindos!...
Com amor e ternuna,
Mi. 

segunda-feira, outubro 04, 2010




Sentido da vida

Quantas e quantas vezes, reviramos as pessoas em conversas tentando descobrir o que elas acreditam ser o sentido da vida, para, quem sabe, encontrar algum traço de identificação, ou mesmo para talvez aprender com elas e aderir ao sentido que veem. No entanto, claro!, acredito que esses sentidos variam.
O que é essencial pra alguém pode não ser pra mim.

Em todas as reflexões feitas e depois de tanto conversar, escrever... cheguei à conclusão de que o único sentido em comum é de nos sentirmos realmente felizes somente quando fazemos algo de que, verdadeiramente, gostamos.
Naturalmente, também pode acontecer de sermos levados a algo sem querer tanto (ou nenhum pouco) e depois descobrirmos que valeu a pena, que foi bom e até faríamos tudo de novo. No fundo, acaba no mesmo, porque se gostamos é porque fez algum sentido pra nós.
É impossível encontrarmos tantas respostas às perguntas que nos acometem. Mas, decerto, fazer algo que, definitivamente, não queremos, é esvaziar nossas vidas de sentidos, por vezes, ainda ocultos, mas que podem se revelar se estivermos mais satisfeitos com nossas escolhas.


Sei que posso estar fazendo opções equivocadas, antigas, mas se são verdadeiras e se encontro nelas coesão comigo aqui dentro, é porque estou no caminho certo, ainda que este se torne errado em algum ponto, mas me leve a outro e a outros cruzamentos.
Viver elimando paradoxos e construindo coerências, sentidos, ainda é a melhor estrada pra se seguir...
Mi*










O amor do Mal

Do mal de amor se morre pra se achar o amor do bem? Há uma música do RN com essa frase escondidinha em meio à letra, assim como essa linda canção está escondida em meio a outras de desigual sucesso em relação às demais, no CD 6/1, acessível apenas aos fãs que realmente conhecem o trabalho do grupo mais afundo. 
Algumas nem tão bonitas quanto, mas tudo bem... Música de trabalho nem sempre são as que mais gosto num disco.

Não costumo falar no RN, tampouco escrever mais sobre eles. Mas, claro!, há músicas suas que ecoam dentro do meu coração, mesmo que eu não as cante mais, nem as ouça mais. As preferidas, sobretudo, reaparecem, do nada, quando estou revirando algumas ideias que, por acaso, se assemelham às músicas que mais ouvi na adolescência (e um pouco depois dela também).

Dei todos os meus CD’s autografados aos meus irmãos. Alguns, com histórias boas pra contar dos dias em que foram assinados (Aqueles garranchos do Serginho em dias de "poucos amigos"). A maioria desses dias todos vividos juntos às minhas antigas amigas...

Meus irmãos são músicos, portanto têm aproveitado mais os álbuns. Por acaso, lembrei que, esse ano, fez 10 anos que os conheci no Palace Hotel de Feira, com meus amigos Jack, Cinho e Deborah. Depois disso, muitas histórias, anedotas, shows cheios de frio pelo Sul de Minas, pelo Rio no inverno. Confusões, confusões, decepções rumo ao desencanto total.
Quanto à frase da letra... Talvez seja verdade: Do mal de amor se morre pra se achar o amor do bem. Como se para a realidade nascer realmente como algo pronto para ser digerido, enfrentado e, finalmente, plenamente vivido, os sonhos precisassem morrer. Porque, decerto, há sonhos que não são do Bem...
Mas que, mesmo assim, podemos aprender alguma coisa com eles. A decifrar, por exemplo, o motivo de suas tão controvérsias existências.
Sem mais para o momento,
Mi.

quarta-feira, setembro 15, 2010



Os EUA e seus tentáculos



Um a um, os antigos países imperialistas sucumbiram após anos de glória, riquezas... Mas a pergunta que não quer calar: Até quando os tentáculos dos EUA continuarão espalhados em movimento pelos quatro cantos do planeta?
Controlam tudo, mostram-se como povo altamente civilizado, a ponto de nos fazerem (povos de 3º mundo) sentir como ancestrais, primitivos, selvagens.



Por trás de tamanha educação, agem como antigos povos bárbaros, invadindo terras alheias, lhes roubando matérias primas, impondo seu valores (ou falta deles) como se fossem donos do mundo em pleno direito de se apossarem do planeta cercados com exércitos armados até os dentes. Quem deu mesmo a Obhama prêmio Nobel da paz?
Pobre África...
Sofrida América Latina...
Todos depredados (europeus, norte americanos)
Pobres trópicos cheios de sol, vazios de defesas... Chovem paradoxos no mundo.
Pena, Rússia, talvez pudessem ter se explodido um ao outro na Segunda Guerra, mas já lá vai.
Sabe-se lá se a Coréia do Norte não vira esse jogo e faz os EUA provarem o próprio veneno. Tomara que não pegue pesado, claro, como o fez Bin Laden. Muito extremista aquele barbudo.
Daqui, sonho eu e minha cabeça de borboleta, com um tempo futuro em que haverá sociedades igualitárias, de paz, de fomes saciadas continuamente, de educação sem sujidades. Devaneios meus... decerto.
M.

 
                        

Corda bamba


Caminho entre opostos.
De um lado, ausência, vazio: presença preenchida por ilusões.
De outro: presença, fartura seguidas de lacunas reais.
Somente eu posso romper este fio?...
Caminho na corda bamba e pendo a cair.
Mas mantenho-me de pé apoiada em forças vindas nem sei de onde...
Caminho de um lado a outro.
De tempo em tempos, retenho-me a mais numa parte que noutra.
Caio, mas levanto e volto a bambear no fio limítrofe.
Meu coração e Razão: paredes em mim... onde penduro,
serena ainda, minhas inquietações
M.

Quis escrever estes versos


Quis escrever esses versos, página em branco, pensamentos soltos...
Como pássaros que fogem, em bando, ao menor ruído,
fugiram as ideias no instante em que as tentei libertar de dentro de mim
Foram para outra parte, esconderam-se em alguma folhagem em pingos de orvalho.
Voaram para algum céu distante, para além dos limites da folha.
Não a quiseram eles prenderem-se em palavras, , sílabas, acentos, morfemas, espaços...
Quis escrever estes versos, e somente pousou em mim a lembrança fugaz desta tentativa que revolvo em ideias apenas.
M.