quinta-feira, setembro 25, 2008



"É preciso saber brincar com as palavras".

Eis-me aqui!
Na verdade, a exclamação sozinha não consegue dizer a razão de eu tê-la usado nesta primeira frase.

Por isso, sou levada a explicar que, ela, nem sempre, expressa alegria.
Pode representar cansaço, supresa, algo assim...
Neste caso, então....
A exclamação aqui é mesmo no sentido de alguém que chega a um lugar por muita insistência de outrem.
Entrei e sentei...
Chegas tu, agora. Vem e mostra-te. A escrita é teu lar e há muito me chamas.

Pois eis que cheguei. Escreve-te. Cá estamos nós, numa união enigmática. Somos duas na solidão de um corpo só. Por que queres demasiado este céu, não o sei eu. Mas te aceito. Aceito-me. Voo contigo. Mas, quem és tu, afinal? Quem somos tão bem juntas? Parece-me a mim que te fulguras em contornos nas palavras. Queres fazer com que eu a veja te balançares pelos E’s, ou segurando-te firme de uma ponta a outra no traço que corta o T. Desce daí, pára de te escorregares nas ondulações curtas do N. Por que me trouxeste aqui? Para me distrair? Pois o conseguiste. Porque pensar em ti me fez preencher a metade “desta folha em branco”. Conduziste-me a sair de dentro da minha brancura e a me desdobrar em todas as demais cores do arco-íris. Não sei ainda quem está a escrever nestas linhas... Tu, eu? Nós...
Mi*
Set./ 2008.



quarta-feira, setembro 17, 2008


Frio e neblina

A cidade, o mar, toda a parte parecem cobertos por neblina. O frio gela e arrepia a pele
Vim da aula, o tempo inteiro, olhando aquela névoa embaçando a vista da praia.
Na areia, o movimento do mar lambendo a terra, deitando-se nela e recuando com o vento, tudo se comprometia com a brancura que paira. Em pensar que este vento viaja quilômetros pelo oceano até chegar à costa. Na verdade, não é nada disso que quero escrever. (Bobagens, “mera ruminação de um Eu tagarela” [Blanchot] em observações autoreferenciais e comuns). Estou com frio e me pus a escrever. É este meu vinho em dias frios. Já entrei naquela fase da escrita da dissertação que só penso sobre o "que escrever". Vejo o tempo que evapora. Ele é uma ilusão perseguia pelo Eu autobiográfico. Quem escreve autobiografias, diários ou simplesmente fala sobre estes, percebe a necessidade do sujeito em tentar achar uma coesão pessoal na escrita. Sei lá... fechar, trancar suas lembranças dentro do pote autobiográfico, na ilusão de que conseguiu apreender o tempo que há muito lhe escapou das mãos.
Nós somos o tempo, o próprio caminhando, refazendo-se...
Ao fim e ao cabo, continuamos nossos caminhos, nossa própria parcela de tempo.
"Nós somos o próprio tempo que, em si mesmo, não se reconhece". Por isso, escrevemos diários, autobiografias, cartas... Ficcionalizamo-nos, tentando juntar os pedaços de nós: Passado, presente. Nossa inteireza... onde está? Escrevemos com ares de quem intenta ter uma visão global da unidade pessoal. Como quem contempla, de cima, "a máquina do mundo" lusíada. Esquecemos, a espaços, de que as palavras são apenas signos representativos de uma realidade que não pode ser substituída, em plenitude, pela realidade textual. Escrevi para me aquecer, mas o frio... continua, como o Tempo. Abri mão de unicidades, sei que sou fragmento. Narciso que admira sua essência fragmentada na escrita.
Mi*
Set./08.

domingo, setembro 14, 2008



Just like a star across my sky
Just like an angel off the page
You have appeared to my life
Feel like I'll never be the same
Just like a song in my heart
Just like oil on my hands
Corine*

"Never mistake knowledge for wisdom.
One helps you make a living; the other helps you make a life.”

quarta-feira, setembro 10, 2008


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Sobre as fatídicas páginas
...
Já escrevi mais de 50 páginas da dissertação.
Sim, quantos progressos em menos de um mês!...
Nunca pensei que fosse estudar escritas de
cunho autobiográfico.
Refletindo sobre o sujeito na escrita de si, tenho refletido
sobre mim mesma também.
Escrevo em diários desde os noves anos.
Antes, queria contar, eternizar, na verdade, os momentos especiais.
Se experimentava um sorvete novo ou se conhecia um lugar
diferentes, lá estava eu feliz por ter algo que narrar.
Estava, sem saber, ensaiando minha voz (como poderia dizer...) voz narrativa?
Bem, estudando tais "autobiografias" de Saramago,
vendo como o sujeito na escrita memoralística se ficciona, recria-se...
penso até que ponto, qdo escrevo, tb não crio uma
personagem de mim mesma?...
E busco, na escrita (como eles) a minha permanência
num mundo em que tudo, facilmente, se dilui.
Labirintos em mim, estes estudos tocaram na ferida,
levaram-me a questionar "pq o sujeito enunciador escreve-se, descreve-se?".
Achando as respostas para escrever na dissertação,
acho tb respostas para dar a mim mesma.
Mi.
P.S. Quase ia me esquecebdo de falar sobre a foto...
Dia lindo: resumindo. Dia ensolarado e perfeitamente
anoitecido.

O tempo voa, flui, corre como o vento... (ou com o vento?).
Dias vazios em que o silêncio ocupa espaço,
abrindo um abismo entre os que se querem...
...
"Sem você, os meus sentimentos do presente serão
apenas uma pele morta... da saudade e do passado"
(O fabuloso destino de Amélie Poulain)
...
Mass, aguardemos os dias de Sol, porque eles sempre vêm,
para preencher os vazios, reaproximar as distâncias
e dar voz aos Silêncios.
by Mi.

segunda-feira, setembro 08, 2008


Meus companheiros
...
...
Eis o melhor, e o pior de mim.
O meu termômetro, o meu quilate.
[...]
Só não se perca ao entrar em
meu infinito particular.
Marisa Monte.
.........................................
...
...
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto
É com saudades de mim.
,,,
Mário de Sá Carneiro.

...
.......................................
...

*"Escrevo para mais me aproximar de mim.
Para não me perder pelos caminhos sinuosos da
minhas própria identidade.
Para tentar apreender minha verdade escorregadia.
Escrevo, porque a escrita possui o efeito catártico
que nos alivia.
É, pois, a escrita um ombro amigo.
Escrevo criando uma representação de mim,
ficcionando-me, pq lembrar é imaginar.
E imaginar é ficcionalizar.
A palavra me mostra: somos realidade e ficção
coexistindo, não disputando, mas compartilhando o mesmo
espaço que sou eu.
Na escrita de mim, descubro meu ser literário,
o personagem do meu livro subjetivo.
Escrevo por acreditar que as palavras
promovem um maior conhecimento sobre mim,
sobre o outro (lacaniano), sobre o mundo, enfim.
Escrevo porque as palavras são espelho,
onde textualmente contemplo o melhor e o
pior de mim..."
Michelle Rolim.
...
...
“Escrever é a tentativa de reconstruir tudo pelo lado de dentro”
SARAMAGO, In.: Manual de pintura e caligrafia.

domingo, setembro 07, 2008

Saramago no Brasil


A exposição "José Saramago - A Consistência dos Sonhos",
chegará a São Paulo entre Dezembro deste ano e o início de 2009, devendo ficar patente ao público no Instituto Tomie Ohtake.
Fonte:

sexta-feira, setembro 05, 2008


"O importante sobre um livro não é que diz,
mas aquilo o que ele quer dizer”
O nome da rosa.

quinta-feira, setembro 04, 2008


O amor
...
...O amor cura
O amor une
O amor nutre
O amor entusiasma
O amor alivia
O amor motiva
O amor mobiliza
O amor possibilita a vida.
...
...
(MahatmaGandhi)