terça-feira, novembro 29, 2011



Não passou
Passou?
Minúsculas eternidades deglutidas por mínimos
relógios ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu,
ninguém foi infeliz.

A mão- a tua mão, nossas mãos-rugosas,
têm o antigo calor de quando éramos vivos.
Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta,
passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
Drummond*



Aprendamos, amor, com esses montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.
Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Samarago,
em poemas possíveis*

segunda-feira, novembro 28, 2011


Super adoro a Carrie (SJP)

Pensar em moda pra mim é lembrar de Sarah Jessica Parker, sobretudo em Sex and the city. Sua ousadia com os chapeus ao longo do seriado, as roupas, os laços, as saias, os sapatos que “a matavam, mas que ela os adorava” (como a Carrie dizia), tudo nela é Fashion. Já chorei, sorri e refleti várias vezes com ela. Sempre a via no Multishow ou Fox (Sony, sei lá) quando voltava da facul, no Rio (Saudades).
Vejo os melhores (em minha opinião) programas de moda do GNT: Superbonita, Vamos combinar e o Fashion Police (no E!). Massss questiono se levo moda tão a sério assim...

Na verdade, não. Mormente, em meu dia a dia, porque adoro uma rasteirinha, um jeans confortável, uma camiseta de algodão. Bolsa? Aquelas miudinhas usadas de lado? Pequeninha? Só no meu tamanho, honey, já que AMO um bolsão! Onde caibam minhas neuras todas: sombrinha, livro, agenda, óculos, protetor solar, canetas, batom, meu cel., barrinha de cereal etc. Sou gamada em bijouteria (faço algumas). Eu mesma faço minhas unhas e seco meu cabelo (no ventilador: adoro!!). Quando ele me estressa, seco no secador ou uso uma pranchinha (muito raramente). Maquiagem? Rímel, batom e lápis de olho. E rua!...



Ou seja, vejo bastante programa de moda, sei sempre o que se está usando nas ruas, contudo... só entro numa roupa quanda esta me deixa confortável e só uso um sapato que me faça sentir nas nu-vens! Embora saiba que, como baixinha, deveria abusar dos sapatos altos, como a Carrie. É que... aqui pra nós, o saltos altos podem até ser elegantérrimos, massssss conforto?! Isso não oferecem, não (No way!).
Fala sério... A mulherada desfila na faixa de pedestre com dificuldade, tadinhas, tentando equilibrar-se naqueles arranha-céus. Salto tem limite e o meu é rasteiro no que se refere aos meus pezinhos de "Sleeping beauty" (Nem tanto assim). Desta forma... posso afirmar que adoro moda, mas eu uso a minha própria, bem particular: jeans, camiseta, rasteirinha e biju: sempre!
A única coisa que tenho a ver mesmo com minha personagem favorita talvez seja só a neura com algo: perfume, no meu caso. Aí, sim... hidrantes e perfumes... são pra mim como sapatos são pra ela. E por aqui, sweety, confesso: tem que ser um luxo só!... Porque toda mulher merece estar sempre cheirosa. Perfumada... como as flores. Em fragrâncias francesas, de preferência. Afinal, um tiquinho de glamour na vida não faz mal a ninguém...
By Mi.

domingo, novembro 27, 2011


Em falta

A gente sabe bem quando está em falta com uma amiga. Tenho me sentido assim com a Jack. Retraída em certa medida, na minha, nesta bolha gigante onde aprendi a me manter. Absorta, quieta, observadora, calma, muito calma. Ando assim. Menos alheia. Decerto que sim. Mas ilhada. Ela me liga. Liga sempre. Mesmo quando eu, num tom apressado, fugidio, lhe peço para ligar depois. Ocupada? Sim, como todo mundo. Mesmo assim, ela vem. Sinceramente preocupada. Importando-se. Convidando-me à sua casa, passeio no shopping, quer companhia. A minha.
Penso na frase "Prefiro perder tempo com os amigos, a perdê-los com o tempo". Sinto medo. Muito medo de perdê-la. Já perdi a Elisa. Meu agoísmo na época nos afastou (Digo "na época, pq acredito ter me tornado mais altruísta. Chega de me dizer coisas ruins!). Voltando...
Pela Karen, sinto pouco, já que, afinal, nada fiz a ela. Nunca entendi seu comportamento no final de tudo, alguém a quem dizia tu-do, sem reservas. Mas acabei aceitando.
Paguei muitos preços por ter magoado fundo minha melhor amiga Elisa. Arrasto essa corrente até o último minuto dos meus dias. Ela não me dá perdão e eu morrerei pedindo em e-mails e preces silenciosas. Mass, por que toquei nesse assunto mesmo? Já faz tantos anos... Talvez... pq não queira perder a Jack tb. Todavia, não sei como cortar, ao certo, esse cordão de isolamento.

Eu não era assim... Nunca havia sido. Hoje em dia, perdi minha vocação para Miss Simpatia. Prefiro o silêncio dos livros e blogues amigos a socializar o tempo todo em bares, halls e festas... Enfim. Quero ligar, lhe dar mais atenção. Carinho. Quero-a em minha vida. É a amiga mais presente que tive. Fiel, solícita, dedicada. De todo o coração, quero dias mais felizes para nós duas, mais amizade, mais lembranças, menos ausências, menos isolamento da minha parte. Preciso juntar vontades. Uni-las como os fios de um pano.
By Mi*


 
Me olhou daquele jeito carinhoso e me pediu que independente do que viesse, de como fosse, permacêssemos sinceros e próximos. Eu que não sei lhe negar nada, assenti com o coração. E me deu aquele aperto no peito, de um jeito que fez meu lado inteligente guardar aquele momento gostoso de cumplicidade, eu sabia que logo iria sentir falta daquilo. Depois do pedido feito e esclarecido, você me abraçou tão pra sempre e tudo mudou rápido demais. Me dei conta de como fomos tolos e ingênuos, tudo muda o tempo todo. Isso vai passar ou já foi - lá vai, será que volta? Estou tão forte na minha promessa. Tenho você em mim: Aquele rapaz que independente do que veio, de como foi... Sinceramente, continua próximo. E você pediu e não soube receber. E você quis e não soube ter. " E o que é que a vida fez da nossa vida? E o que eu não continuo fazendo por amor ... ?".

Thaise Moraes.
(Gosto dos textos dessa guria).


"Toda mulher é doida. Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa...
que sem amor, a vida não vale a pena."
Martha Medeiros*

sábado, novembro 26, 2011


Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em… seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.
Caio Fernando Abreu.


Sem vc

Conversas ao telefone. Horas desfiando um rosário de palavras, tentando juntar as letras pra formar outras frases que não comecem com "Saudade". Caminho de um lado a outro da casa, com o fone de ouvido, já que segurar o celular é entediante. Um pouco de conforto amenizaria o cansaço de continuar escrevendo nossa história assim: a distância?
Ora sinto-me uma boba, ora sinto-me especial, feliz, amada.
Diz-me coisas lindas. Profundamente. Serão?
Não serão apenas carinhos? Afinal, já são tantos os anos...

Penso naquela frase do Caio F. Abreu. Que diz assim ó... "Idiota fui eu, que só por ter tido carinho, pensei que fosse amado". Não sei... Ou sei? Sei... o tempo continua passando, como um garotinho travesso e inquieto. Tudo permanece igual: conversas ao telefone. Horas desfiando um rosário de palavras, tentando formar vontades e pensamentos que não comecem com "Ainda te espero".
Mi*


sexta-feira, novembro 25, 2011

If the only prayer you ever say in your entire life is "Thank you",
it will be enough."
Happy Thanksgiving day*

Postei esta frase ontem no Face, já que ela me fez pensar na beleza desse
feriado americano. Um dia inteirinho só para nos lembrar de dizer ou de pensar... num simples "Obrigado" ao Universo, àquela energia de Bondade, a Deus enfim!
Está aí... este é um feriado ao qual, acho!, deveríamos aderir.
E por que não?

No tocante à imagem da garotinha...
Bem!... Além de ela me remeter a um desejo quase incontrolável que tenho sentido de ser mãe, postei-a pela sua carinha travessa misturada a um pureza incrível. Eu, ao menos, vejo isso...
Então... ela me fez querer agradecer por ainda ter sonhos,
pelo amor das pessoas que continuam em minha vida, pelas amigas novas, pelas antigas que não se foram, pelos perdões que dei e pelos recebidos.
Pelas desculpas que não dei nem recebi, porque algo também aprendi com tudo isso.
Anyway!...
Só pensei em agradecer por um infinadade de pequeninas coisas.
Pensei também em chamar por novas realizações merecedoras de futuros agradecimento. That's all.
By Mi*


domingo, novembro 20, 2011



O livro da solidão
(Cecília Meireles)

Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida:
"Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?".
Vêm os que acreditam em exemplos célebres. Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo... Pois eu creio que todos esses importantes livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se Deus me concedesse a mercê de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro — poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um Dicionário. Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.

Não sei se muita gente haverá reparado nisso — mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O Dicionário tem dentro de si o Universo completo.

Logo que uma noção humana toma forma de palavra — que é o que dá existência ás noções — vai habitar o Dicionário.

As noções velhas vão ficando, com seus sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão chegando, com suas petulâncias, seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos a lugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoar ninguém...

A minha pena é que não ensinem as crianças a amar o Dicionário. Ele contém todos os gêneros literários, pois cada palavra tem seu halo e seu destino — umas vão para aventuras, outras para viagens, outras para novelas, outras para poesia, umas para a história, outras para o teatro.
[...]
E sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Água, areia e esperança

Ilhada, lentamente, caminho na corda bamba:
Feita de ar, areia e esperança.
Paro frente ao mar:
(deserto d’água salgada,
parede oceânica).

Respiro o vento frio do inverno,
ventos que vêm de longe...
Tenho frio.
Aqueço-me num gesto solitário.

Quem sabe... amanhã, venhas assim de surpresa,
misturando ao meu cotidiano o
que, há muito, é apenas um vulto,
promessa silenciosa de “talvez”.

Olho por cima do meu ombro, não estás...
E atrás tudo o que há: selva de pedras,
concreto, mármores gélidas.
Muro de gente: a cidade,
a vida que se agita.
 
Á frente, tudo é mistério,
pancadas de água e rochas,
disputas entre vento e mar.

E eu ali com meus passos interrompidos,
espremida entre dois limites,
pequenina faixa de areia.
Vagando entre o que queria que fosse e
o que pode de ser.

Regresso ao caminho pensativa, ilhada,
em plena corda bamba:
feita de água, areia e esperanças.
by Mi*