quarta-feira, setembro 15, 2010



Os EUA e seus tentáculos



Um a um, os antigos países imperialistas sucumbiram após anos de glória, riquezas... Mas a pergunta que não quer calar: Até quando os tentáculos dos EUA continuarão espalhados em movimento pelos quatro cantos do planeta?
Controlam tudo, mostram-se como povo altamente civilizado, a ponto de nos fazerem (povos de 3º mundo) sentir como ancestrais, primitivos, selvagens.



Por trás de tamanha educação, agem como antigos povos bárbaros, invadindo terras alheias, lhes roubando matérias primas, impondo seu valores (ou falta deles) como se fossem donos do mundo em pleno direito de se apossarem do planeta cercados com exércitos armados até os dentes. Quem deu mesmo a Obhama prêmio Nobel da paz?
Pobre África...
Sofrida América Latina...
Todos depredados (europeus, norte americanos)
Pobres trópicos cheios de sol, vazios de defesas... Chovem paradoxos no mundo.
Pena, Rússia, talvez pudessem ter se explodido um ao outro na Segunda Guerra, mas já lá vai.
Sabe-se lá se a Coréia do Norte não vira esse jogo e faz os EUA provarem o próprio veneno. Tomara que não pegue pesado, claro, como o fez Bin Laden. Muito extremista aquele barbudo.
Daqui, sonho eu e minha cabeça de borboleta, com um tempo futuro em que haverá sociedades igualitárias, de paz, de fomes saciadas continuamente, de educação sem sujidades. Devaneios meus... decerto.
M.

 
                        

Corda bamba


Caminho entre opostos.
De um lado, ausência, vazio: presença preenchida por ilusões.
De outro: presença, fartura seguidas de lacunas reais.
Somente eu posso romper este fio?...
Caminho na corda bamba e pendo a cair.
Mas mantenho-me de pé apoiada em forças vindas nem sei de onde...
Caminho de um lado a outro.
De tempo em tempos, retenho-me a mais numa parte que noutra.
Caio, mas levanto e volto a bambear no fio limítrofe.
Meu coração e Razão: paredes em mim... onde penduro,
serena ainda, minhas inquietações
M.

Quis escrever estes versos


Quis escrever esses versos, página em branco, pensamentos soltos...
Como pássaros que fogem, em bando, ao menor ruído,
fugiram as ideias no instante em que as tentei libertar de dentro de mim
Foram para outra parte, esconderam-se em alguma folhagem em pingos de orvalho.
Voaram para algum céu distante, para além dos limites da folha.
Não a quiseram eles prenderem-se em palavras, , sílabas, acentos, morfemas, espaços...
Quis escrever estes versos, e somente pousou em mim a lembrança fugaz desta tentativa que revolvo em ideias apenas.
M.

domingo, setembro 05, 2010


"(...) And again I believe that we don't really lose anything that is important. We only deceive ourselves, thinking that we own things, the instants, the others. Along with me go all the dead people I loved, every friend that step away, every happy days meanwhile gone. I didn't lose anything, only the illusion that everything could be mine forever."

Miguel Sousa Tavares






Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
Acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Cecília Meireles.



"A razão por que a despedida nos dói tanto é
que nossas almas estão ligadas.
Talvez sempre tenham sido e sempre serão.
Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes
desta e em cada uma delas nós nos encontramos.
 E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos
separar pelos mesmos motivos.
Isso significa que
este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos
últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá."


- "O Caderno de Noah"-
Nicholas Sparks
Tradução de Eliana Sabino.


 De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
Cecília Meireles.









Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

William Shakespeare







A bengala, as moedas, o chaveiro,
a dócil fechadura,
essas tardias notas que não lerão meus poucos dias
que restam, o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele
a esmagada violeta,
monumento de uma tarde
por certo inolvidável e olvidada,
o rubro espelho ocidental em que arde
uma ilusória aurora.
Quantas coisas,
limas, umbrais, atlas, copos, cravos,
nos servem como tácitos escravos,
cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
e nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges.


Ao lado de vcs é como se parte de mim estivesse ainda vestindo o uniforme do colégio, rumo aos risos, às infantilidades e às tentativas de estudar. Mudamos. Muito. Mas há ainda uma cumplicidade na troca de olhares em que conseguimos, dentro daquele momento dividido, nos reconhecer um no outro. (Amigos de há muito)

***

Em madrugadas, vagamente obscuras,

descrevo sombras longínquas,
que perseguem a minha sombra.
Os mais premonitórios sulcos nocturnos
brilham-me nos pés.
Uma armadilha no peito relembra
a exacta adolescência das pálpebras,
quando exibia, no sorriso,
a luz da primavera.
Era menina e havia nos meus olhos tanta fé
que, nem o céu nem o mar excediam,
em grandeza, o meu olhar.

Graça Pires
De 'Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos', 2007.

sábado, setembro 04, 2010


Just me

Hoje senti vontade de me distrair, pensar em nada e me fazer feliz... Vontade de me dar um presente que há algum tempo estava querendo, de passar o dia inteirinho comigo, só comigo, nenhum pensamento ao redor...

Tomei aquele sorvete com gosto de coco que adoro e não lembrei de ninguém, porque seu sabor não me remete a ninguém senão a mim, talvez a alguma circusntância com amigas, contudo evitei o acesso às memórias. Entrei na loja que gosto, bisbilhotei as araras, experimentei algumas peças. Não gostei de nada, mas não fez a menor diferença pq eu só estava de bobeira. Entrei na livraria preferida, li um capítulo inteirinho do livro que pretendia comprar, adorei-o e o trouxe comigo (Que delícia sua companhia). Depois, fui às Lojas Americanas e peguei todos os chocolates que adoro (comi-os sem me preocupar com balanças ou celulites. Afinal não estou em má forma, como às vezes costumo me dizer só pra me privar disso). Vi o filme que me programei pra ver enquanto comia "manjares de deuses" no escurinho, em frente à telona. Precisava deste tempo comigo, desse dia inteiro assim sem as companhias costumeiras, porque eu teria de falar de mim e falar é pensar, e "pensar é estar doente dos olhos" diria Pessoa. Havia necessidade em mim de viver um dia desses assim... sem lembrar de ninguém, sem pensar nos problemas, nas mudanças todas que têm havido em minha vida.
Confesso ter vivido um lindo dia.
Um dia a sós, mas feliz.
Mi-alone.
Escrito em algum dia do mês de agosto.