domingo, setembro 05, 2010


"(...) And again I believe that we don't really lose anything that is important. We only deceive ourselves, thinking that we own things, the instants, the others. Along with me go all the dead people I loved, every friend that step away, every happy days meanwhile gone. I didn't lose anything, only the illusion that everything could be mine forever."

Miguel Sousa Tavares






Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
Acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Cecília Meireles.



"A razão por que a despedida nos dói tanto é
que nossas almas estão ligadas.
Talvez sempre tenham sido e sempre serão.
Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes
desta e em cada uma delas nós nos encontramos.
 E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos
separar pelos mesmos motivos.
Isso significa que
este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos
últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá."


- "O Caderno de Noah"-
Nicholas Sparks
Tradução de Eliana Sabino.


 De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
Cecília Meireles.









Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

William Shakespeare







A bengala, as moedas, o chaveiro,
a dócil fechadura,
essas tardias notas que não lerão meus poucos dias
que restam, o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele
a esmagada violeta,
monumento de uma tarde
por certo inolvidável e olvidada,
o rubro espelho ocidental em que arde
uma ilusória aurora.
Quantas coisas,
limas, umbrais, atlas, copos, cravos,
nos servem como tácitos escravos,
cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
e nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges.


Ao lado de vcs é como se parte de mim estivesse ainda vestindo o uniforme do colégio, rumo aos risos, às infantilidades e às tentativas de estudar. Mudamos. Muito. Mas há ainda uma cumplicidade na troca de olhares em que conseguimos, dentro daquele momento dividido, nos reconhecer um no outro. (Amigos de há muito)

***

Em madrugadas, vagamente obscuras,

descrevo sombras longínquas,
que perseguem a minha sombra.
Os mais premonitórios sulcos nocturnos
brilham-me nos pés.
Uma armadilha no peito relembra
a exacta adolescência das pálpebras,
quando exibia, no sorriso,
a luz da primavera.
Era menina e havia nos meus olhos tanta fé
que, nem o céu nem o mar excediam,
em grandeza, o meu olhar.

Graça Pires
De 'Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos', 2007.

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