Caminhos
Para quê, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.
Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,
Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mãe, gota d'água flébil,
Há muito tempo se esconde.
Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.
Pra quê, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
Não 'stá neles, mas em mim.
Francisco Bugalho, in "Paisagem".
Viajei, legal, nesta poesia...
O eu-lírico persononifica os caminhos da vida, dirigindo-se a eles, questionando a inutilidade de seus convites. E é verdade... Somos andarilhos (seja de pés fixos no chão ou flutuantes, sonhadores) que saem, como personagens aventureiros, em buscas e mais buscas de realizações. Como se os sonhos estivessem fora de nós, aquém, além... Quando estão assim.. latentes, taciturnos (sufocados, por vezes), mas sempre dentro de nós.
Tecendo divagações
Viajei, legal, nesta poesia...
O eu-lírico persononifica os caminhos da vida, dirigindo-se a eles, questionando a inutilidade de seus convites. E é verdade... Somos andarilhos (seja de pés fixos no chão ou flutuantes, sonhadores) que saem, como personagens aventureiros, em buscas e mais buscas de realizações. Como se os sonhos estivessem fora de nós, aquém, além... Quando estão assim.. latentes, taciturnos (sufocados, por vezes), mas sempre dentro de nós.
Mi*
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