segunda-feira, novembro 02, 2009


Poema

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Esta manhã, encontrei o teu nome

nos meus sonhos.

E o teu perfume a transpirar na minha pele.

E o corpo doeu-me onde antes os teus

dedos foram aves de verão.

E a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento

na minha camisola;

e eu despi-a para ti,

A dar-te um coração que era o resto da vida

Nem mesmo à despedida foram os

gestos contundentes: tudo o

que vem de ti é um poema.

Contudo, ao acordar, a solidão sulcara

um vale nos cobertores e o meu corpo

Era de novo um trilho abandonado

na paisagem.

Sentei-me na cama e repeti

devagar o teu nome

O nome dos meus sonhos;

Mas as sílabas caíam

no fim das palavras,

A dor esgota as forças.

São frios os batentes nas

portas da manhã.

Maria do Rosário Pedreira*





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Just a dream
.

Vivi um sonho lindo. Estava dentro de um quadro à tinta. Havia toda sorte de cores. Vibrantes... Por todos os lados, brilhavam demasiado. Tu estavas também. Meus olhos embaçavam-se de sono. Mas pude ver-te. Percebi, claro. Tratava-se de um daqueles sonhos cônscios. Estava consciente. A vontade de te encontrar me pôs dentro da paisagem, onde as tintas grudavam em nossos pés. Quase flutuávamos enquanto tua imagem era a única nítida. Inebriantemente cristalina. Éramos fruto de letargia. Da minha. Contudo, perdi-me de mim, de ti... Sugada pelo inconsciente. No instante seguinte, ao invés de tu e eu, éramos somente a cama, eu e a luminária.
Além de uma presença discreta, mas amiúde, persistente: tu.

...

P.S. Rio de Janeiro, 2007.



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