terça-feira, novembro 10, 2009

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O. N.i.r.v.a.n.a.
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São nos momentos mais simples do cotidiano que, por vezes, as perguntas que nos fazemos encontram suas respostas. Hoje quando saí de casa pra pegar o ônibus na praia, reclamei comigo mesma dos quarteirões que pareciam não chegar ao fim. Tentava me dizer que deveria agradecer à Vida por estar debaixo daquele lindo céu ensolarado, exalando saúde e fazendo parte daquela paisagem. Percebo agora que estava em pleno processo de harmonização, porque tentava equilibrar minhas emoções, pensando em coisas ruins e, ao mesmo tempo, me esclarecendo sobre as boas num pingue pongue de sentimentos que só encontraram fim quando entrei no ônibus, de onde via a beleza da orla, mas cercada pelo doce ar refrigerado.
Calibradas as emoções, penso que nossa verdadeira missão e certeza de Sucesso estão em aprendermos a conviver com nossos sentimentos. Porque o importante, de verdade, não é a coisa em si, a experiência em si, mas como a recebemos dentro de nós, como os fatos se acomodam em nossos corações e em nossos pensamentos.
Talvez, o que mais eu tenha feito até hoje seja isso mesmo, tentar equilibrar as minhas emoções, porque sou atravessada por várias ao longo do dia. Já diria Saramago que nós humanos somos os únicos que conseguimos sentir tudo de uma vez só. Temos a consciência concomitante de cheiros, sabores, sons e cores... O dia inteiro, fazemos sinestesia de todos esses sentidos somados a percepções de mundo, ódio, amor, desejo, cansaço, fantasias. Ufa!...
É isso. Passo o dia tomando decisões, mesmo as pequeninas (Com que roupa sair? A que horas devo chegar?), mesmo essas somente têm importância pelo efeito que provocam em nós, porque, no final de tudo, antes de qualquer outra pessoa, é a nós que precisamos mesmo prestar contas. E se nossos sentimentos estão em desiquilíbrio com o ambiente, com as pessoas, com nós mesmos, aí... não tem lindo cenário ou dia ensolarado que possa nos orientar rumo ao Nirvana, tão almejado pelos monges budistas.
Mi.

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