segunda-feira, dezembro 15, 2008
sábado, dezembro 13, 2008
Nos últimos dias, o pensamento que mais me tem vindo à cabeça é o sobre a diluição vertiginosa do tempo. Isso tem, por vezes, me atormentando.
Sou atravessada (cada vez com maior intensidade) por uma profunda vontade de viver. E esta vontade se vai entrando, se cavando em mim todo dia um pouco mais profundamente. Tudo parece ter ganho um sentido e uma forma só meus, diferentes de todas as outras maneiras de consciência de felicidade que imaginei alcançar algum dia.
Por que eu escrevo em diário há tantos anos?
Para me automodelar? Para me autoficcionalizar?
Moldar uma cópia autenticada? Remontar o quebra-cabeças do meu dia-a-dia comum? Listo meus dias para compor um trilho... Um trilho que me permitirá, algum dia, percorrer o caminho de volta ao passado. Escrevo para compensar a pulverização do Passado e do Eu deste Passado, para personalizar ambos, para exercer minha memória e me inocentar diante do tribunal da minha consciência...
Escrevendo, me individualizo eme distinguo da multidão. Faço monólogo com o Futuro como se lançasse ao mar uma garrafa para eu mesma encontrar mais tarde. Este é meu laboratório de introspecção, onde exerço sem culpas a primeira pessoa gramatical. Meu seguro de vida, seguro de que continuarei viva, deixando nos escritos a minha atual doçura de existir nas palavras. Porque quando releio, consigo resgatar, das profundezas do passado, o frescor da voz de uma identidade narrativa que anseava pela ilusão de eternidade...
Por que eu escrevo em diário há tantos anos?
Para me automodelar? Para me autoficcionalizar?
Moldar uma cópia autenticada? Remontar o quebra-cabeças do meu dia-a-dia comum? Listo meus dias para compor um trilho... Um trilho que me permitirá, algum dia, percorrer o caminho de volta ao passado. Escrevo para compensar a pulverização do Passado e do Eu deste Passado, para personalizar ambos, para exercer minha memória e me inocentar diante do tribunal da minha consciência...
Escrevendo, me individualizo eme distinguo da multidão. Faço monólogo com o Futuro como se lançasse ao mar uma garrafa para eu mesma encontrar mais tarde. Este é meu laboratório de introspecção, onde exerço sem culpas a primeira pessoa gramatical. Meu seguro de vida, seguro de que continuarei viva, deixando nos escritos a minha atual doçura de existir nas palavras. Porque quando releio, consigo resgatar, das profundezas do passado, o frescor da voz de uma identidade narrativa que anseava pela ilusão de eternidade...
Blimunda da Maia*
domingo, dezembro 07, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
Amir Kilnk
Amir Kilnk
quarta-feira, dezembro 03, 2008
um pouco mais, e ele a puxou numa
cena romântica, boa de se ver...
Dois pombinhos. Depois, seguiram o
caminho à sala de chá, para dar entrevistas.
Quando, numa pontualidade britânica,
chegou ao Salão Nobre, falou
da importância das estátuas.
E que, infelizmente, a de Camões, em Lisboa,
virou lugar para pombos fazerem
necessidades fisiológicas...
'É preciso dar mais importâncias
'É preciso dar mais importâncias
às nossas estátuas'.
Mi: radiante!*
Mi: radiante!*
terça-feira, dezembro 02, 2008
domingo, novembro 02, 2008
...
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa*
sábado, outubro 11, 2008
Nada é impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o
que é de hábito
como coisa natural, pois em tempo de
como coisa natural, pois em tempo de
desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer
natural nada deve parecer impossível de mudar.
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer
natural nada deve parecer impossível de mudar.
...
Bertold Brecht
quinta-feira, setembro 25, 2008
"É preciso saber brincar com as palavras".
Eis-me aqui!
Na verdade, a exclamação sozinha não consegue dizer a razão de eu tê-la usado nesta primeira frase.
Por isso, sou levada a explicar que, ela, nem sempre, expressa alegria.
Pode representar cansaço, supresa, algo assim...
Neste caso, então....
A exclamação aqui é mesmo no sentido de alguém que chega a um lugar por muita insistência de outrem.
Entrei e sentei...
Chegas tu, agora. Vem e mostra-te. A escrita é teu lar e há muito me chamas.
Pois eis que cheguei. Escreve-te. Cá estamos nós, numa união enigmática. Somos duas na solidão de um corpo só. Por que queres demasiado este céu, não o sei eu. Mas te aceito. Aceito-me. Voo contigo. Mas, quem és tu, afinal? Quem somos tão bem juntas? Parece-me a mim que te fulguras em contornos nas palavras. Queres fazer com que eu a veja te balançares pelos E’s, ou segurando-te firme de uma ponta a outra no traço que corta o T. Desce daí, pára de te escorregares nas ondulações curtas do N. Por que me trouxeste aqui? Para me distrair? Pois o conseguiste. Porque pensar em ti me fez preencher a metade “desta folha em branco”. Conduziste-me a sair de dentro da minha brancura e a me desdobrar em todas as demais cores do arco-íris. Não sei ainda quem está a escrever nestas linhas... Tu, eu? Nós...
Mi*
Set./ 2008.
quarta-feira, setembro 17, 2008
Frio e neblina
A cidade, o mar, toda a parte parecem cobertos por neblina. O frio gela e arrepia a pele
Vim da aula, o tempo inteiro, olhando aquela névoa embaçando a vista da praia.
Na areia, o movimento do mar lambendo a terra, deitando-se nela e recuando com o vento, tudo se comprometia com a brancura que paira. Em pensar que este vento viaja quilômetros pelo oceano até chegar à costa. Na verdade, não é nada disso que quero escrever. (Bobagens, “mera ruminação de um Eu tagarela” [Blanchot] em observações autoreferenciais e comuns). Estou com frio e me pus a escrever. É este meu vinho em dias frios. Já entrei naquela fase da escrita da dissertação que só penso sobre o "que escrever". Vejo o tempo que evapora. Ele é uma ilusão perseguia pelo Eu autobiográfico. Quem escreve autobiografias, diários ou simplesmente fala sobre estes, percebe a necessidade do sujeito em tentar achar uma coesão pessoal na escrita. Sei lá... fechar, trancar suas lembranças dentro do pote autobiográfico, na ilusão de que conseguiu apreender o tempo que há muito lhe escapou das mãos.
Nós somos o tempo, o próprio caminhando, refazendo-se...
Ao fim e ao cabo, continuamos nossos caminhos, nossa própria parcela de tempo.
"Nós somos o próprio tempo que, em si mesmo, não se reconhece". Por isso, escrevemos diários, autobiografias, cartas... Ficcionalizamo-nos, tentando juntar os pedaços de nós: Passado, presente. Nossa inteireza... onde está? Escrevemos com ares de quem intenta ter uma visão global da unidade pessoal. Como quem contempla, de cima, "a máquina do mundo" lusíada. Esquecemos, a espaços, de que as palavras são apenas signos representativos de uma realidade que não pode ser substituída, em plenitude, pela realidade textual. Escrevi para me aquecer, mas o frio... continua, como o Tempo. Abri mão de unicidades, sei que sou fragmento. Narciso que admira sua essência fragmentada na escrita.
A cidade, o mar, toda a parte parecem cobertos por neblina. O frio gela e arrepia a pele
Vim da aula, o tempo inteiro, olhando aquela névoa embaçando a vista da praia.
Na areia, o movimento do mar lambendo a terra, deitando-se nela e recuando com o vento, tudo se comprometia com a brancura que paira. Em pensar que este vento viaja quilômetros pelo oceano até chegar à costa. Na verdade, não é nada disso que quero escrever. (Bobagens, “mera ruminação de um Eu tagarela” [Blanchot] em observações autoreferenciais e comuns). Estou com frio e me pus a escrever. É este meu vinho em dias frios. Já entrei naquela fase da escrita da dissertação que só penso sobre o "que escrever". Vejo o tempo que evapora. Ele é uma ilusão perseguia pelo Eu autobiográfico. Quem escreve autobiografias, diários ou simplesmente fala sobre estes, percebe a necessidade do sujeito em tentar achar uma coesão pessoal na escrita. Sei lá... fechar, trancar suas lembranças dentro do pote autobiográfico, na ilusão de que conseguiu apreender o tempo que há muito lhe escapou das mãos.
Nós somos o tempo, o próprio caminhando, refazendo-se...
Ao fim e ao cabo, continuamos nossos caminhos, nossa própria parcela de tempo.
"Nós somos o próprio tempo que, em si mesmo, não se reconhece". Por isso, escrevemos diários, autobiografias, cartas... Ficcionalizamo-nos, tentando juntar os pedaços de nós: Passado, presente. Nossa inteireza... onde está? Escrevemos com ares de quem intenta ter uma visão global da unidade pessoal. Como quem contempla, de cima, "a máquina do mundo" lusíada. Esquecemos, a espaços, de que as palavras são apenas signos representativos de uma realidade que não pode ser substituída, em plenitude, pela realidade textual. Escrevi para me aquecer, mas o frio... continua, como o Tempo. Abri mão de unicidades, sei que sou fragmento. Narciso que admira sua essência fragmentada na escrita.
Mi*
Set./08.
domingo, setembro 14, 2008
quarta-feira, setembro 10, 2008
**********************
**********************
Sobre as fatídicas páginas
...
Já escrevi mais de 50 páginas da dissertação.
Sim, quantos progressos em menos de um mês!...
Nunca pensei que fosse estudar escritas de
cunho autobiográfico.
Refletindo sobre o sujeito na escrita de si, tenho refletido
sobre mim mesma também.
Escrevo em diários desde os noves anos.
Antes, queria contar, eternizar, na verdade, os momentos especiais.
Se experimentava um sorvete novo ou se conhecia um lugar
diferentes, lá estava eu feliz por ter algo que narrar.
Estava, sem saber, ensaiando minha voz (como poderia dizer...) voz narrativa?
Bem, estudando tais "autobiografias" de Saramago,
vendo como o sujeito na escrita memoralística se ficciona, recria-se...
penso até que ponto, qdo escrevo, tb não crio uma
personagem de mim mesma?...
E busco, na escrita (como eles) a minha permanência
num mundo em que tudo, facilmente, se dilui.
Labirintos em mim, estes estudos tocaram na ferida,
levaram-me a questionar "pq o sujeito enunciador escreve-se, descreve-se?".
Achando as respostas para escrever na dissertação,
acho tb respostas para dar a mim mesma.
Mi.
Sobre as fatídicas páginas
...
Já escrevi mais de 50 páginas da dissertação.
Sim, quantos progressos em menos de um mês!...
Nunca pensei que fosse estudar escritas de
cunho autobiográfico.
Refletindo sobre o sujeito na escrita de si, tenho refletido
sobre mim mesma também.
Escrevo em diários desde os noves anos.
Antes, queria contar, eternizar, na verdade, os momentos especiais.
Se experimentava um sorvete novo ou se conhecia um lugar
diferentes, lá estava eu feliz por ter algo que narrar.
Estava, sem saber, ensaiando minha voz (como poderia dizer...) voz narrativa?
Bem, estudando tais "autobiografias" de Saramago,
vendo como o sujeito na escrita memoralística se ficciona, recria-se...
penso até que ponto, qdo escrevo, tb não crio uma
personagem de mim mesma?...
E busco, na escrita (como eles) a minha permanência
num mundo em que tudo, facilmente, se dilui.
Labirintos em mim, estes estudos tocaram na ferida,
levaram-me a questionar "pq o sujeito enunciador escreve-se, descreve-se?".
Achando as respostas para escrever na dissertação,
acho tb respostas para dar a mim mesma.
Mi.
P.S. Quase ia me esquecebdo de falar sobre a foto...
Dia lindo: resumindo. Dia ensolarado e perfeitamente
anoitecido.
O tempo voa, flui, corre como o vento... (ou com o vento?).
Dias vazios em que o silêncio ocupa espaço,
abrindo um abismo entre os que se querem...
...
"Sem você, os meus sentimentos do presente serão
apenas uma pele morta... da saudade e do passado"
(O fabuloso destino de Amélie Poulain)
...
Mass, aguardemos os dias de Sol, porque eles sempre vêm,
para preencher os vazios, reaproximar as distâncias
e dar voz aos Silêncios.
by Mi.
segunda-feira, setembro 08, 2008
Meus companheiros
...
...
Eis o melhor, e o pior de mim.
O meu termômetro, o meu quilate.
[...]
Só não se perca ao entrar em
meu infinito particular.
Marisa Monte.
.........................................
...
...
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto
É com saudades de mim.
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto
É com saudades de mim.
,,,
Mário de Sá Carneiro.
Mário de Sá Carneiro.
...
.......................................
...
*"Escrevo para mais me aproximar de mim.
Para não me perder pelos caminhos sinuosos da
minhas própria identidade.
Para tentar apreender minha verdade escorregadia.
Escrevo, porque a escrita possui o efeito catártico
que nos alivia.
É, pois, a escrita um ombro amigo.
Escrevo criando uma representação de mim,
ficcionando-me, pq lembrar é imaginar.
E imaginar é ficcionalizar.
A palavra me mostra: somos realidade e ficção
coexistindo, não disputando, mas compartilhando o mesmo
espaço que sou eu.
Na escrita de mim, descubro meu ser literário,
o personagem do meu livro subjetivo.
Escrevo por acreditar que as palavras
promovem um maior conhecimento sobre mim,
sobre o outro (lacaniano), sobre o mundo, enfim.
Escrevo porque as palavras são espelho,
onde textualmente contemplo o melhor e o
pior de mim..."
Michelle Rolim.
...
...
“Escrever é a tentativa de reconstruir tudo pelo lado de dentro”
SARAMAGO, In.: Manual de pintura e caligrafia.
Escrevo criando uma representação de mim,
ficcionando-me, pq lembrar é imaginar.
E imaginar é ficcionalizar.
A palavra me mostra: somos realidade e ficção
coexistindo, não disputando, mas compartilhando o mesmo
espaço que sou eu.
Na escrita de mim, descubro meu ser literário,
o personagem do meu livro subjetivo.
Escrevo por acreditar que as palavras
promovem um maior conhecimento sobre mim,
sobre o outro (lacaniano), sobre o mundo, enfim.
Escrevo porque as palavras são espelho,
onde textualmente contemplo o melhor e o
pior de mim..."
Michelle Rolim.
...
...
“Escrever é a tentativa de reconstruir tudo pelo lado de dentro”
SARAMAGO, In.: Manual de pintura e caligrafia.
domingo, setembro 07, 2008
Saramago no Brasil
quinta-feira, setembro 04, 2008
quinta-feira, agosto 28, 2008
quarta-feira, agosto 27, 2008
Dragonfly*
"Nenhum esquecimento é inocente" - Freud.
...
E não é verdade? É engraçado... nosso cérebro é bem "espertinho". Vive se esquecendo de coisas importantes, as quais ele não simpatiza mto. Quando tenho de ir ao médico, por exemplo, preciso pôr recadinhos no celular e anotar em qualquer papel. Há outras coisas, no entanto, que tento esquecer e não consigo... Tudo o que dá alegria, emoções fortes, enfim... nosso cérebro faz questão de lembrar. Isso me faz pensar que sempre temos as respostas das perguntas que nos fazemos... O difícil é aceitar as nossas decisões, lutar contra nossa natureza... Nem sei pq estou falando sobre isso. No princípio, tudo era caos, e eu disse, ou escrevi, e tudo se torna
mais claro. É por isso, talvez, que escrevo. Pq a escrita ilumina o que sinto, focaliza com mil luzes em meio ao caos escuro aqui dentro. A escrita ilumina o que nem eu sei que me perturba... E, num repente, tudo parece existir. Reverencio a linguagem. A maior invenção de todos os tempos.
Mi.*
quinta-feira, agosto 21, 2008
...
A literatura da Idade Média e os contos infantis maravilhosos,
nos ensinam que as fadas são seres femininos dotados de poderes sobrenaturais.
Fisicamente, aparecem sempre com traços de uma
jovem dama de beleza excepcional, ricamente vestida com trajes cujas
cores dominantes são o branco, o ouro, o azul e sobre tudo o verde.
Sua varinha mágica com uma estrela na ponta
é símbolo de seus poderes mágicos.
Seus contos, ainda na atualidade, continuam a incendiar
imaginação dos pequenos, enchendo de magicidade
os corações que experimentam viver com a essência das
fadas dentro do coração...
sábado, agosto 09, 2008
Filhos de tempo
...
Lembrei-me, agora, daquela conhecida, e já quase clichê, frase de Ricardo Reis "queiramos ou não, passamos como um rio". São dia dos meus anos e este pensamento é uma boa visita. Estava a folhear páginas antigas do meu diário. Apraz-me ver que, há bastante tempo, venho buscando trazer um pouco de conhecimentos literários para a intimidade. Misturo-os a acontecimentos cotidianos e o resultado são: páginas-retrato do meu passado, um mapeamento interior e silecioso.
...
"Passamos como o rio, o rio passa como nós..." E não me adianta fugir do deus Cronos. Cedo ou tarde, ele nos engolirá a todos, porque somos filhos do Tempo. O diário já acabou há alguns meses e tenho mantido uma relação íntima com o laptop, que tem se tornado um grande amigo. Contudo, acho, nada substitui a delícia que
É o contato com a esferográfica e o papel. Escrevendo a punho, sinto as palavras e as toco de uma Maneira como se mostrassem mais vivas. Como quando passeamos de automóvel nalgum lugar, e tudo parece cômodo, bom..., mas pisar a terra nos faz
estabalecer maior contato com o alma do ambiente. A experiência parece ser de mais intimidade. A mim, me parece ao menos!... Achei, por fim, um cantinho (dois cantinhos), em páginas distantes. Coincidiu que estão em branco, porque grampeei folhas qualquer na frente Fiz anotaçoes companheiras. É sempre uma data linda a de nossos anos. É a Vida nos dando provas de que ela venceu mais uma Batalha! Enfrentou o vento frio de mais um inverno, o calor, dos verões... Passou por cima dos resfriados que não se agravaram, da volta das festas em que se chega em paz. A Vida venceu... É isso que me vem dizer a data de agora. Adoro completar idade nova, portanto! Há sempre um frescor novo a trespassar por dento do peito. Esperanças renovam-se... Sem querer, uma doçura nova Invade o coração e tudo ganha um sentido bom. No turismo dentro das palavras vividas no diário, pousei rapidamente os olhos numa foto em que estou com a família C. no Porção de Ipanema. Passaram-se exatos cinco anos. Nem parece... É isso que nos acontece quando nos tornamos amigos do Tempo, Habituamo-nos com sua presença passando pra lá e para cá e logo nem nos damos conta de que passamos também com ele, em sua companhia. E, no final, talvez, iremos fazer parte do próprio Tempo, adentrando sua existência, sua eternidade... É dia dos meus anos, e a frase de Reis me faz cia.
Bahia, 08.08.08.
quinta-feira, julho 31, 2008
quarta-feira, julho 30, 2008
AMADO
...
Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém
Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você...
Vanessa da Mata*
terça-feira, julho 29, 2008
Eu e Jack*
"- 'Falhamos a vida, menino!'- Creio que sim...
Mas todo o mundo mais ou menos a falha.
Isto é falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação.
Diz-se: 'vou ser assim, porque a beleza está em ser assim'..."
EÇA DE QUEIRÓSIn:"Os Maias"
Cidade Baixa
Um dia lindo...
Passei a semana, absorta, revendo "Os Maias".
Minha mãe fala "Pára de ver essa obra, menina! "(para as mães, somos ternas meninas). Esqueço de mim, de tempo... de tudo quando entro em Eça. E só saí de lá para vir aqui e olhar a Bahia com os olhos do passado.
Ainda é tempo de morangos como nos diz Clarice!...
Mi.
sexta-feira, junho 13, 2008
Vôo noturno
Espaço em branco. Vôo. Sozinha. Muitas direções.
Nenhum mapa a explorar... Perdida. Vazios.
Vôo, divago... Nada.
Frio.
Sou ave solitária vagando.
Subo, desço...
Entre sombras e galhos, rareio o contato com o Sol.
Mas ele aquece e faz bem; ora, resfrio.
Vaga-lume: acendo-me, apago-me.
Um e outro.
Pássaro solitário, enfrentando o Inverno,
ameno, porque, afinal, conheço a estação,
onde me aquecer... onde me resfriar.
E entre o cheiro da terra e o toque do Vento,
rendo-me à solidão de voar sem asas, sem Ar, sem teu amor.
Bahia, 11 de junho
Inverno de 2008
Michelle.
Espaço em branco. Vôo. Sozinha. Muitas direções.
Nenhum mapa a explorar... Perdida. Vazios.
Vôo, divago... Nada.
Frio.
Sou ave solitária vagando.
Subo, desço...
Entre sombras e galhos, rareio o contato com o Sol.
Mas ele aquece e faz bem; ora, resfrio.
Vaga-lume: acendo-me, apago-me.
Um e outro.
Pássaro solitário, enfrentando o Inverno,
ameno, porque, afinal, conheço a estação,
onde me aquecer... onde me resfriar.
E entre o cheiro da terra e o toque do Vento,
rendo-me à solidão de voar sem asas, sem Ar, sem teu amor.
Bahia, 11 de junho
Inverno de 2008
Michelle.
sábado, maio 10, 2008
O QUE É QUE OURO PRETO TEM?
...
...
...Tem montanhas e luar,
...Tem montanhas e luar,
Tem burrinhos, pombos brancos pelo ar,
Tem procissões nas ladeiras,
Com dois sinos a tocar,
Capas de todas as cores,
Anjinhos a caminhar ...
Tem Rosário, São Francisco, Santa Efigênia, Pilar ...
Tem altares, oratórios,Cadeirinhas de arruar ...
Casas de doze janelas,
Estudantes a cantar ...
Tem saudades e fantasmas,
Ouro por todo o lugar,
Santos de pedra-sabão,
Calçadas de escorregar ...
E ali na Rua das Flores,
Na varandinha do Bar,
Tem a figura risonha
Do grande pintor Guignard
Que Deus botou nesse mundo,
Para Ouro Preto pintar ...
(Lembrança de Cecília Meireles; poesia escrita em 12/04/1949)
terça-feira, maio 06, 2008
Minas
“Os chafarizes, as pontes, os regatos, as esquinas, aqui, eles falam!
Nas sombras dos janelões e portas das velhas casas,
Nas sombras dos janelões e portas das velhas casas,
o fantasma da História passeia, procurando ouvintes...
A carinhosa chuva lava os telhados que se apóiam, unidos
como crianças de mãos dadas.
Em cada pedra-saudade destas ruas, eu vi e ouvi a
dança dos anos; a dança da alegria triste e da tristeza alegre;
a dança dos grandes amores!
Quem foi Gonzaga? Quem foi Dorotéia?
E onde estão... agora?
Quem são Marília e Dirceu?"
Ganymédes José, p. 58
Ganymédes José, p. 58
terça-feira, abril 29, 2008
Porto de Galinhas
...
"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!
...
Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela...
...
Que linda manhã!
Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora.
...
Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho"
Eça de Queirós, In: O primo Basílio
...
Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela...
...
Que linda manhã!
Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora.
...
Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho"
Eça de Queirós, In: O primo Basílio
quinta-feira, abril 24, 2008
...
...
...
O dia esteve lindo hoje...
Tudo em cores!
Tudo em cores!
Sinto Saudades.
Poderia dizer: hoje sou todo saudades.
Saudades da minha mãe...
Do cheirinho bom de seu bolo inundando a casa.
Saudade de pessoas que não estão mais em minha vida,
Mas que foram importantes e sempre estarão na lembrança
e nas datas dos anos que se passaram.
A idéia que tenho ( e que acalenta)
é que há um espaço em nossos corações aonde
o tempo não passa.
Talvez, seja lá aonde vivem as coisas
sem nome, sem data de validade.
E é lá aonde sempre reunimos tudo e todos
que amamos e que foram essenciais para nos
tornamos quem somos hoje.
Sinto saudades, mas sei que é hora de
voltar a ler o livro que deixei ali...
interrompido.
Preciso voltar... o dever me chama.
E deixo a frase de Clarice, aquela em que fala
sobre "Ainda é tempo de morangos".
Sempre será tempo de morangos
em algum lugar em nós...
Nesta ilha de edições que são nossas memórias.
Nesta reserva ambiental que é nosso coração.
MOR*
quarta-feira, abril 23, 2008
A Walk to remember...
(nada a ver com o lindo filme)
...
Enquanto caminhava e pensava sobre a última conversa com minha orientadora, me ocorreu a lembrança daquela passagem de "O pequeno príncipe", em que é levantada a questão de um símbolo ganhar diferentes significados e graus de valor para nós. Numa palavra, podemos ver que outros não vêem... Uma letra pode nos remeter a lembranças só nossas, secretas!...
É que, para cada um de nós, existe uma perspectiva, um ângulo a partir do qual vemos a vida. A verdade sobre o que algo significa para nós parece ser só nossa. Mas pode ser de outro alguém também. É aí onde mora a idéia de identificação com o próximo. Porque a verdade é escorregadia, deslizante...
Ela pode estar conosco e transitar por outros ângulos, por outras gentes... dependendo da versão que criamos. Não há, talvez, verdades inabaláveis, absolutas... Ela é uma viajante... Sobre a a verdade que tenho a seu respeito, decerto, esta divido com vários corações... És A estrela fixa. Peguei palavras emprestadas do principezinho... Deixo-as aqui para nós.
...
É que, para cada um de nós, existe uma perspectiva, um ângulo a partir do qual vemos a vida. A verdade sobre o que algo significa para nós parece ser só nossa. Mas pode ser de outro alguém também. É aí onde mora a idéia de identificação com o próximo. Porque a verdade é escorregadia, deslizante...
Ela pode estar conosco e transitar por outros ângulos, por outras gentes... dependendo da versão que criamos. Não há, talvez, verdades inabaláveis, absolutas... Ela é uma viajante... Sobre a a verdade que tenho a seu respeito, decerto, esta divido com vários corações... És A estrela fixa. Peguei palavras emprestadas do principezinho... Deixo-as aqui para nós.
...
...
"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas.
Para uns, que viajam, as estrelas são guias.
Para outros, elas não passam d pequenas luzes.
Para outros, os sábios, são problemas.
Para o meu negociante, eram ouro.
Mas todas essas estrelas se calam.
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite,
(porque habitarei uma delas e estarei rindo),
então será como se todas as estrelas te rissem!
E tu terás estrelas que sabem sorrir!
Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido.
Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá).
Terás vontade de rir comigo.
E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto...
e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.
Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
...
...
O pequeno príncipe*
Para uns, que viajam, as estrelas são guias.
Para outros, elas não passam d pequenas luzes.
Para outros, os sábios, são problemas.
Para o meu negociante, eram ouro.
Mas todas essas estrelas se calam.
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite,
(porque habitarei uma delas e estarei rindo),
então será como se todas as estrelas te rissem!
E tu terás estrelas que sabem sorrir!
Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido.
Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá).
Terás vontade de rir comigo.
E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto...
e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.
Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
...
...
O pequeno príncipe*
"Sois belas, mas vazias, disse ele ainda.
Não se pode morrer por vós.
Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria
que se parece convosco.
Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas,
pois foi a ela que eu reguei.
Foi a ela que pus sob aredoma.
Foi a ela que abriguei com o pára-vento.
Foi dela que eu matei as larvas
(exceto duas ou três por causa das borboletas).
Foi a ela que eu escutei queixar-se
ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes.
É ela a minha rosa."
...
Le petit prince.
quinta-feira, abril 17, 2008
.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*
Palavras emprestadas
...
Os poetas captam nossos desejos mais silenciosos.
Eles falam por nós, quando nossos pensamentos
perdem-se pelos labirintos em nossos corações...
by Mi.
---------------------------------------------------
"Quero apenas cinco coisas:
A primeira é o amor sem fim.
A segunda é ver o outono.
A segunda é ver o outono.
A terceira é o grave inverno.
Em quarto lugar o verão!
A quinta coisa são teus olhos...
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
"Pablo Neruda.
..*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*
quarta-feira, abril 16, 2008
sexta-feira, abril 11, 2008
OS VERSOS QUE TE FIZ
...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.
Florbela Espanca*
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha
**
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...
*
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
...
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca*
segunda-feira, março 24, 2008
"Borboleta parece flor
que o vento tirou para dançar.
Flor parece a gente
pois somos sementes do que ainda virá."
Fernando Anitelli
"Só quem já cruzou desertos saberá chorar em frente ao mar."
Jorge Vercillo
A Via Láctea
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...
Mas não me diga isso...
Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...
Mas não me diga isso...
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa.
Amanhã é um outro dia
Não é?...
Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...
Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
Assinar:
Postagens (Atom)