terça-feira, junho 05, 2012


Depois de anos, Iracema nas minhas mãos...

Já faz anos que li "Iracema", de José de Alencar e, hoje, relendo este texto ainda me emocionei com a história. A colonização do índio, a supremacia do homem branco, Moacir o filho da dor, emblema de 1o filho da mistura dando origem ao povo brasileiro. O amor da doce Iracema pelo português e a forma como ela amamentou seu filho faminto com o próprio sangue, já que não tinha leite e não se alimentava há dias... Me segurei para continuar a leitura na sala em voz alta, sem pensar nas ínumeras índias que se envolveram com pessoas que lhes desrespeitaram, que incutiram seus ditames e cultura a um povo que já tinha as suas crenças. Não precisavam da dos europeus. Os índios nem os negros precisavam dessa cultura e língua europeia que circulam por nossas veias mestiças. Por que o diferente causa tanta estranheza? Por que os que parecem mais frágeis são vistos como bobos "colonizantes"?
Por isso, penso em Saramago quando diz: "Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro." - Saramago.
Não temos que convencer ninguém a entender como somos por dentro, ou o que esperamos dela, o que sonhamos para elas... Quem quer... vem ver de perto... e, sobretudo, respeita, aceita, contribui, soma...
E quanto à "virgem dos lábios de mel" oitocentista será que só restou aquela praia que visitei (em 2000) em Fortaleza? Claro q não... A literatura a ressuscita. Sempre. Eu hj fiz isso...
Just me*

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