sábado, janeiro 01, 2011



Ano Novo, vida nova?


Tanto se fala em vida nova com a chegada de um novo ano, mas muda tanta coisa assim? Não somos obrigados a nada, só porque se fala tanto em redefinir objetivos. Na minha cabecinha de "borboleta" só escuto: "Redefina-os, se necessários!".
Há anos não passava um Réveillon com minha família. Fiquei agarradinha com mainha, vi a Mara, a Bê... (tia, amiga de adolesc.) depois meus irmãos vieram aqui com as esposas. Eu estava (estou) em paz, apesar de problemas, dificuldades (sempre há!), da deprê nos últimos dias de 2010. Seja como for, quero reciclar todo o lixo psíquico que me ronda... ver o tudo no nada, no pouco, no mínimo... transformar o joio em trigo!

Quando adormeci, era muito tarde. Na TV, passava um filme antiiigo: Pretty woman. Nem queria assistir a ele, mas eu e mainha acabamos rindo das roupas, do jeitão da Julia Roberts (ótima!). Minha cunhada comentou que não a acha bonita. Bobagem. Eu gosto do tipo de beleza da atriz. Há muitas mulheres lindas, com aquela beleza óbvia que a gente olha e não há mais muito o que ser dito, porque sua perfeição é evidente demais. Gosto da beleza garimpada. Daquelas que a gente vai olhando daqui, dali e vai descobrindo um traço, um gesto... e, de repente, Boom!: a beleza particular desponta como um lindo sol iluminando tudo.

O filme desperta boas sensações: riso, conquista, amor... Quando terminou, pensei serem exatamente essas sensações que quero sentir durante o ano todo. Mas não foi o que desejei na virada de ano passada?
No fundo, todos queremos as mesmas coisas, viver dias iguais com horas diferentes... viver simplesmente.
This's it.
Mi.




Aprendendo a desaprender

Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros. Tens que aprender a ser mais flexível, tens que aprender a ser menos dramática, tens que aprender a ser mais discreta, tens que aprender... praticamente tudo.
Mesmo as coisas que a gente já sabe fazer, é preciso aprender a fazê-las melhor, mais rápido, mais vezes. Vida é constante aprendizado. A gente lê, a gente conversa, a gente faz terapia, a gente se puxa pra tirar nota dez no quesito "sabe-tudo". Pois é. E o que a gente faz com aquilo que a gente pensava que sabia?
As crianças têm facilidade para aprender porque estão com a cabeça virgem de informações, há muito espaço para ser preenchido, muitos dados a serem assimilados sem a necessidade de cruzá-los: tudo é bem-vindo na infância. Mas nós já temos arquivos demais no nosso  winchester cerebral.
Para aprender coisas novas, é preciso antes deletar arquivos antigos. E isso não se faz com o simples apertar de uma tecla. Antes de aprender, é preciso dominar a arte de desaprender.
Desaprender a ser tão sensível, para conseguir vencer mais facilmente as barreiras que encontramos no caminho. Desaprender a ser tão exigente consigo mesmo, para poder se divertir com os próprios erros. Desaprender a ser tão coerente, pois a vida é incoerente por natureza e a gente precisa saber lidar com o inusitado. Desaprender a esperar que os outros leiam nosso pensamento: em vez de acreditar em telepatia, é melhor acreditar no poder da nossa voz. Desaprender a autocomiseração: enquanto perdemos tempo tendo pena da gente mesmo, os demais seguiram em frente.

A solução é voltar ao marco zero. Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.

Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar.

Martha Medeiros.


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