sábado, janeiro 16, 2010

Identificar-se


No decorrer das nossas vidas, nos identificamos com inúmeras pessoas, com várias imagens, objetos, religiões, deuses, sonhos, amigas, amigos, parentes, lugares e amores. Mas o que estará por trás de cada processo de identificação?
Por que nos interessamos mais por algumas pessoas, ou lugares, em detrimento de outras (os)?
Qual será a explicação de, num mundo cheio de possibilidades (de impossibilidades tb), por alguma razão desconhecida, simplesmente "deitamos" o olhar em alguém e de lá jamais queremos levantá-lo?
Por que será que filhos, por vezes, não se sentem à vontade com seus pais, mas conversam sobre tudo com a mãe da vizinha? (Não é meu caso, pq me identifico muito com minha mãe).
Tantas perguntas, poucas respostas a respeito...
Mas acredito que, nesse processo de identificação, há algo por trás, talvez nós mesmos...
Talvez, em cada pessoa com quem nos identificamos, estamos, na verdade, vendo algo que admiramos em nós refletido também no outro. Ou ainda, algo que nos falta mas a sobrar no outro. E conviver com essa pessoa nos daria, quem sabe, a ilusão de que estaríamos nos tornando um pouco melhores do que somos.
É como se estivéssmos por trás e ausente nesse percurso ao mesmo tempo, variando os motivos de gostarmos de algo, ou de alguém, como nuanças de uma mesma cor...
Tenho (tive tb) algumas amigas com quem me identifiquei de tal forma, que a afinidade se deu de maneira instântanea e perdura até hoje. Claro, houve as amizades que se foram, contudo aquela identificação parece vibrar ainda no coração, juntamente com o supiro bom de quem pensa "A vida, por vezes, faz mesmo algum sentido".
No amor, então...
Coisa mais doida, meu Deus, derretermos as geleiras das emoções para receber o calor humano de alguém que julgamos reconhecer, até mesmo em  lugares, sons, cheiros...
E à margem da vontade de nos aproximarmos de tudo quanto gostamos na vida, lá estamos nós mesmos sentados, assitindo de platéia ao doce e misterioso balé do afeto, daquele mesmo construído sob forças invisíveis  que, talvez, não tenham nome, mas que, na falta, inventamos alguns: amor e amizade, encantamento...
Mi.

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