domingo, junho 07, 2009

Porto de Galinhas
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Sorriso guardado
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É domingo e o dia esteve frio desde cedo. O outono está chuvoso e, constantemente, quando ligo a TV lá estão as reportagens de tempestade, de enchentes no Nordeste. Depois dos de Santa Catarina, os arquisofridos nordestinos convivem com o excesso de algo que amam, que pouco veem. A chuva lhes é tão cara que dão a seus animais nomes de bichos do mar só para, quem sabe, com isso, atrair a chuva que, neste ano, lhe está castigando, por injustiça da Lei da Fatalidade. Peço aos deuses para que não caia na órbita desta lei terrível, da qual ninguém está de todo livre.
Penso em como a natureza, às vezes, pode ser injusta (E falo da minha própria, sobretudo). Como fui injusta, fazendo desabar tempestades e tornados devastoadores nas terras da minha vida. Como viajante que perde bagangens, perdi uma mala cheia de amizade sincera. Embora as dificuldades de relacionamento entre amigas exista, embora isso pese às vezes, deveria ter levado a minha história com formeza. Culpo-me por isso e acho que jamais conviverei bem com esta culpa no coração.
Posto esta fotografia em Porto, quando estive lá com minhas primas de Recife, em janeiro. Trago nela um sorriso distraído, desconstraído e sincero. Era a feição que gostaria de usar no rosto agora.
Mi*

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