domingo, maio 03, 2009


Mais sobre "As brumas"

Ontem, terminei o segundo livro. Havia me convencido a dar uma maior pausa até entrar no Livro III. Mas, como que inconscientemente, fui à prateleira e peguei "O Gamo - Rei", colocando-o na cabeceira da cama. Hoje, procurei fazer outras coisas... estudar para a prova de Fonética que está a bater à porta. Almocei numa churrascaria que adoro, fui ver o sol de cima de uma montanha... Fiz uma foto só. Estava ventando muito e sou friorenta!... (Infelizmente).
Mas, o que quero dizer é que esta história encanta...
Tenho olhado para o mundo com mais respeito.
Tenho repudiado menos a Igreja Católica...
A maior lição que tenho tirado destes livros da Marion Zimmer é justamente o respeito pela "deusidade" alheia. Todo o tempo, personagens que alegorizam a Sabedoria, como o Merlin, ou a própria Rainha do Lago, Viviane, dizem que "Todos os deuses são um só". Deus é o nome que damos ao desconhecido. Não se importam de participar de eventos cristãos e convivem perfeitamente bem com as outras maneiras de se dirigirem aos deuses.




Fada Morgana e a Rainha do Lago

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Gosto muito de uma parte em que Morgana pensa sobre os ideais cristãos que "seu estilo de vida era uma negação das forças da vida, em lugar de afirmá-la" (p. 209). Concordo com este pensamento. O segundo livro é marcado pela presença forte de Gwenwhyfar. Há pouca magia a não ser quando, quase nas últimas páginas, Morgana reaparece no mundo das fadas. É uma das fases mais doces e cheias de Paz do livro. É um reino descrito poeticamente sobre um lugar onde não existe tempo, nem espaço, mas música, amor e liberdade... Um sonho.
Enquanto leio sobre a rainha de Artur, sinto vontade de pular dentro do livro e mostrar para aquela mimadinha que ela não pode destruir as outras expressividades de Deus, só pq ele não acredita nelas. Não se pode impor suas próprias crenças aos outros... é irritante o que ela leva Artur a fazer com a bandeira dos druidas quando da luta contra os saxões. Depois, com o bardo Kevin... tadinho. Ela não é de todo má. Claro. Acho que seria muito primitivismo o ser... e ela representa a corte da época. Tem instrução, sensibilidade... Mas o cristianismo realmente se auto promove como "verdade absoluta", e aqueles que o seguem se julgam donos da Razão, de todas as razões... Gosto da religião destes povos antigos daquela região da Europa. Por mais que ache certos primitivismos tb, como no dia das fogueiras de Beltaine, sinto como uma melhor e mais respeitosa forma de ver a vida: respeitando os outros e todas as possíveis expressividades da Deusa, ou do Deus. Desta força oculta que, mesmo sendo empírica como sou, sinto-me obrigada a me curvar diante dela. Uma energia com poderes para incendiar a imaginação da humanidade.
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Termino agora meus passos-escritos com uma frase querida que, certamente, diria à esposa do rei se ela fosse viva e não apenas um personagem sombolizando os neuróticos da época. Mas a frase tb serve pra mim que estava precisando aprender aser menos pagã e mais compreensiva em relação à forma como o cristianismo foi, doentiamente, propagado nos primeiros séculos da sua era.
"Que todos sejam livres para servirem ao deus que quiserem...". "Que todos sejam livres para servirem ao deus que quiserem...". "Que todos sejam livres para servirem ao deus que quiserem...". "Que todos sejam livres para servirem ao deus que quiserem...".

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