"É preciso saber brincar com as palavras".
Eis-me aqui!
Na verdade, a exclamação sozinha não consegue dizer a razão de eu tê-la usado nesta primeira frase.
Por isso, sou levada a explicar que, ela, nem sempre, expressa alegria.
Pode representar cansaço, supresa, algo assim...
Neste caso, então....
A exclamação aqui é mesmo no sentido de alguém que chega a um lugar por muita insistência de outrem.
Entrei e sentei...
Chegas tu, agora. Vem e mostra-te. A escrita é teu lar e há muito me chamas.
Pois eis que cheguei. Escreve-te. Cá estamos nós, numa união enigmática. Somos duas na solidão de um corpo só. Por que queres demasiado este céu, não o sei eu. Mas te aceito. Aceito-me. Voo contigo. Mas, quem és tu, afinal? Quem somos tão bem juntas? Parece-me a mim que te fulguras em contornos nas palavras. Queres fazer com que eu a veja te balançares pelos E’s, ou segurando-te firme de uma ponta a outra no traço que corta o T. Desce daí, pára de te escorregares nas ondulações curtas do N. Por que me trouxeste aqui? Para me distrair? Pois o conseguiste. Porque pensar em ti me fez preencher a metade “desta folha em branco”. Conduziste-me a sair de dentro da minha brancura e a me desdobrar em todas as demais cores do arco-íris. Não sei ainda quem está a escrever nestas linhas... Tu, eu? Nós...
Mi*
Set./ 2008.