quinta-feira, setembro 06, 2012


Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas, 
Há dias sem calor, beirais sem ninhos! 

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas, 
Tuas mãos doces, plenas de carinhos! 

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos... 

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!... 

Florbela Espanca.

P.S. Mad, and totally crazy about you!






Um retrato de tempos antigos
me leva por seus corredores:
as casas eram grandes,
com tios, tias, avôs.
Nas cristaleiras os doces dormiam,
e gatos de porcelana.

As mães faziam bordados,
menino, cuidado,
não mistura leite com manga.

Atrás da casa um rio passava.

ANTIGAMENTE
- Roseana Murray.



CASA MALUCA

Esta é a casa maluca,
de velas soltas ao vento,
os sonhos são sua bússola.
Os que moram dentro dela
pensam estrelas e música.
Esta é a casa barco,
esta é a casa aberta,
como um jardim ao relento.
Aqui o tempo não passa,
o tempo senta e descansa.
Esta é a casa dança,
somos todos bailarinos,
artesãos do sentimento.

- Roseana Murray.



Nenhum comentário:

Postar um comentário