sábado, junho 30, 2012

Estão indo embora as festas juninas, mas minha avó, minha mãe e minhas tias se animaram para fazer comilanças e é incrível... observar as conversas e os sorrisos de fadas lembram-me tantas histórias que li. As mulheres de Jane Austen, aquela escritora inglesa que tão bem retratou o universo femino (hostil) da época. Saramago, então, diria "O mundo sairia do eixo sem as conversas das mulheres". 

Enquanto preparávamos o jantar e lanches relembramos histórias do passado do presente... Todas começaram a desfiar um rosário de "reclamações" sobre as ausências do meu namorado "Ele sempre tão ocupado. E vc (como sempre) tão sozinha". Bem... murchei mais ainda, né? Já adormeci ontem me sentindo tão down pós conversas com Gabi e Mille... Minha alter-ego (como ela diz), Karol Rios, me soltou uma farpa ontem bem curiosa... "Sabe quem vc me lembra, Mi? A mulher do médico de 'O ensaio sobre a cegueira', mas de forma inversa. Porque ela era a única que via tudo, só ela enxergava numa situação em que tudo estava neblinado. No entanto, vc parece tão cega. Não foi vc que estudou tanto Saramago?". Ela disse mais ou menos isso.
Mas será, meu Deus? Será que estou vendo de menos e espontaneamente (hoje, sim, e totalmente) sentindo demais? Será que o que me alimenta é mesmo tão pouco (de novo!) e estou me contentando com miragens acenadas, ora ao longe, ora de pertinho, mas sempre de fumaça, areia, água... 
Anyway.
Mi.

03 de julho: relendo o texto acima percebo... o quão errada minha amiga Karol Rios estava. Não estava enganada... Não estava cega... Sinto-me feliz. E os detalhes não precisam ser ditos.
Mi.

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