quinta-feira, janeiro 26, 2012


by Roseana Murray

Apesar da destruição sistemática da Amazônia, apesar do BBB e do que faz com a mente das pessoas, apesar das horrorosas perspectivas para o planeta, apesar da fome na África, das guerras, apesar do Oriente Médio e da suposta bomba atômica do Irã, apesar dos ídolos de fumaça, apesar dos capitães que fogem do barco, apesar das ideologias e religiões que fazem do homem o animal mais violento do planeta, apesar da camisa de força que amarra milhões de mulheres pelo mundo, eu acredito na força da liberdade e do amor.

P.S. Posto este texto da Murray, porque sou forçada a refletir sobre a ideia de que... o Amor ainda é uma das poucas crenças que tenho em minha vida.


INFINITO SILÊNCIO

Houve (há) um enorme silêncio
anterior ao nascimento das estrelas, antes da luz...
A matéria da matéria de onde tudo vem incessante e onde tudo se apaga eternamente.

Esse silêncio grita sob nossa vida
e de ponta a ponta a atravessa estridente.




Estradas
Nas estradas do ar
trafegam pássaros e sonhos,
e pensamentos de mudar o mundo.

Nas entranhas do ar,
pequenas partículas de amor
flutuam para que possamos
caminhar na terra como se fosse
no céu.
Roseana Murray.

Criatividade retida

Transportando os textos da Roseana para cá, neste tráfego rápido, penso "Não teria eu meus próprios pensamentos e textos para postar?". Tenho alguns, sim... Na verdade, há vários guardados nas "gavetas" do computador, meus labirintos. Mas... minha criatividade parece-me retida. Gosto de poucos textos meus, embora amigas me digam que são bons de ler.
Se há uma coisa que gosto de fazer em minha vida é escrever às pessoas que gosto ou sobre elas. Quem me conhece sabe.
Desde pequena, escrevia em diários e tenho parte grande dos meus dias registrada de forma variada. Aliás... foi por isso que escrevi sobre Autobiografia no mestrado. Falta algo? Uma motivação que me tire do eixo. Minha rotação está girando em torno de um sol com pouca luz para me aquecer, além de estar longa em demasia. Mas a força dessa gravidade doentia me arrasta e me atrai como um ímã.
Anyway...
É uma delícia escrever sobre o que leio, vejo, sinto, gosto, sobre o que não gosto. Se bem que, confesso, em momentos complicados, é quando dá para extrair boas produções líricas. A verdade é que, quando leio textos como o da Roseana, penso que teria de morrer e nascer novamente para chegar ao seu nível de entrega e de absorção. A veia, no entanto, pulsa em mim, escondida. Sou mesmo de pairar, em pensamentos, sobre aquele universo de onde é possível brotar poesia e lirismo. Mas volto de lá de mãos vazias ainda...

E essa última estrofe do poema "Estrada"? Que coisa bonita, meu Deus... ela sussurar deste terreno mimético que "pequenas partículas de amor flutuam, somente para que possamos caminhar na terra como se fosse no céu". Porque o Amor, às vezes, nos parece assim mesmo... como algo retirado do vazio de nadas ou de tão pouco, dando-nos, tb às vezes, apenas irrisórios motivos para nos sentirmos leves mesmo em terras firmes do Real.
Mi.

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