quinta-feira, maio 27, 2010


Mentes Inquietas
(TDA = Transtorno de Défict de Atenção)

Desde sempre, venho aprendendo a conviver com minha "cabecinha de borboleta". Muitas vezes, me percebi muito distraída, caladinha, ou às vezes falando coisas sem pensar... Contraditória, não? Lembro-me de ficar arrasada vendo a avó da minha amiga internada com câncer. Fiquei tão triste que a Angela que teve de me consolar, pq eu disparei falando coisas tipo "Sem noção!", como "Ela tá mto mal". Gentee, isso não é coisa que se diga sobre a mãe de alguém internado com uma doença destas.
Contudo, foram exatamente as minhas discrepâncias que me levaram a auto-observação. Hoje percebo... Qtas vezes esqueci carteira de estudante, RG, em momentos importantes...  como a ida ao teatro, ao cinema ou a alguma prova de concurso. Na verdade, estou sempre no que se chama de "mundo da lua". Minha mente é tão inquieta e voa ligeira demais que, qdo dou por mim, refleti sobre milhares de coisas ao mesmo tempo. Sou atravessada por vozes (coração, razão, instintos).
Se faço uma pergunta a alguém, antes de obter a resposta já estou com outro questionamento na ponta da língua. Sempre foi difícil algo me chamar a atenção e prendê-la totalmente. Nas aulas, aprendi a psicografar o que diziam os professores, como meio de lutar contra minha iminente desatenção. Deu certo! Até escrevi dissertação de mestrado como fruto da minha fórmula de sobrevivência. Antes, após os dez primeiros min. de aula, já estava olhando pela janela e pensando no pássaro que voava, o que estaria fazendo o namorado, que roupa iria usar em tal festa etc. Na adolescência, então! Pura distração.
Mesmo hoje em dia, se estou dentro de paisagens que me encantam, sou acometida por uma série de poesias que me ajudam a descrever o que estou sentindo. Se não lembro de nem uma, formulo frases sem parar. Ah! e sempre, sempre lembro do meu amor (ele ligou exatamente antes de eu terminar esta frase {fofo!}). Aliás, pensar nele foi a atividade com a qual o meu espírito mais se ocupou na vida. Em relação a ele, sou bem menos TDA. Penso muito nele. É algo que me prende demasiado a atenção. Será obsessão? Psicose? Só Lacan, Jung e Freud juntos pra tentarem me explicar...
Mudando de assunto, porque não quero parecer piegas demais... Cafona! (Eca!)
Há algum tempo, descobri em mim esses traços que caracterizam o TDA. Um transtorno da modernidade, já que somos atravessados por uma porção de informações todas ao mesmo tempo, de modo que é complicado absorver tantas com a atenção fixa. Como me concentrar totalmente numa aula se o assunto não me instiga tanto assim? Há pessoas que aprendem bem, mesmo o que não gosta.
Enfim!... Identifiquei-me com vários itens da lista. Ainda bem que existem os graus de TDA; portanto achei-me sob um grau controlado. Mesmo assim, estou constantemente me equilibrando entre mundos paralelos (externo e interno), um pouco desorganizada (confesso), mas sempre muito quieta, calma (aparentemente, pq por dentro não paro. Salto de um a outro pensamento). Nunca fui agitada ou o que chamam de TDA+hiperatividade que até observo em algumas amigas, priminhos... Também não desenvolvi ainda nem um TOC, porém a distração... Talvez por isso, tenha parado com as tentativas de Viagens atrais. É preciso muita concentração, consciência atenta o dia inteiro...
O livro "Mentes inquietas", de Ana Beatriz Barbosa, tem ajudado a me compreender e até me observar mais. Passo o dia tentando identificar traços TDA's e, ainda bem, há itens na lista em que não me encaixo (menos mal). O interessante de me reconhecer com este transtorno é saber como lidar com isso. Reconheço melhoras! Até tenho me lembrado onde pus os prendedores de cabelo (constantemente espalhados por toda a parte) [risos]. E assim vou seguindo meu caminho: eu e minha bagagem cheia de observações sobre mim que me ajudam a olhar com mais complacência o mundo à minha volta. Afinal, é preciso ser paciente, pq eu mesma tenho cá meus defeitos, meus esquecimentos, minhas distrações... Aprendendo sobre mim, afinal, aprendo sobre os outros e como lidar com eles também.
That's all.
Mi.

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