Por quais vias chegaste ao meu coração?
Seria engano meu
dizer que já não freqüentas minhas memórias diariamente, que seu sorriso não
vem se meter entre mim e a realidade mesmo quando não estou sozinha. Mas até
aonde sei, por cá, aqui dentro, esse sentimento não me parece nada disposto a
esvair-se. Antes, longe de espirar, entrou pela minha vida adiante, transpondo
a linha que tracei a mim mesma. Mesmo agora, depois de dias ausentes, quando já
começo a te ver através do nimbo da saudade, seu nome ainda vem cair aqui no
bico da caneta. Mas o tempo ajusta os contrastes. Eu vou te esquecer... e hei
de acordar límpida amanhã, como a aurora sem nuvens. Mas, enquanto isso,
pergunto-me ainda... por quais vias conseguiste chegar ao meu coração?
Texto extraído do fundo do poço de anos atrás.
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