sexta-feira, setembro 18, 2009


As melhores e as mais lindas coisas do mundo
não se pode ver nem tocar.
Elas devem ser sentidas apenas com o coração.
Charles Chaplin
.



Hoje no Pelourinho
..
Sempre que piso a realidade do Pelourinho, que se abre no final da Avenida Sete, depois da Praça Castro Alves, penso nas diferenças de classes que sempre existiram e seria otimismo demais achar que isso algum dia chegará ao fim.
Imagino as escravas subindo as ladeiras para a Cidade Alta com baldes na cabeça e seus filhos no outro braço, conforme algumas pinturas. Na hora das missas, elas sempre do lado de fora das Igrejas (construída por mãos negras, mas feitas para brancos). Seus filhos que cresciam para serem vendidos como fazem com o gado...
Há lugares que nos conduzem a rever a história e, por vezes, tantas vezes, a história do mundo se confunde com a nossa pessoal.
Eu e minha colega carioca entramos numa igreja do Pelô, olhamos, olhamos, pensamos e falamos o que pensamos sobre as intituições religiosas. Ela me contou do aneurisma que teve e de como, casualmente ou milagrosamente, sobreviveu...
.
(Abro parênteses para dizer que titubeei entre o realismo e o maravilhoso, pq ainda não encontrei respostas para as minhas perguntas {Minhas que são de todos, claro}).
Gosto de caminhar pelas ruas de pedras do Pelourinho, de sentir o sol na Bahia onde cresci e aprendi a sonhar.
Ontem, andei numa rua e saía noutra, procurando pelos caminhos lembranças dos sonhos que me deixaram. Pensei em mim na adolescência passeando por ali, levando tantas desejos no coração. Fui até lá fazer turismo com uma colega do congresso, mas acabei revisitando minhas memórias e concluindo que meus sonhos adormeceram. E dormem tão firme que, se não levantarem logo, eu os perderei pra sempre pelas ruas dos lugares onde já passei na minha vida... em lugares quase inacessíveis dentro de mim.

Mi*

Nenhum comentário:

Postar um comentário