sexta-feira, agosto 21, 2009


Veronika decides to die
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Quando decidi ir ao cinema ver este filme, baseado no livro de Paulo Coelho, imaginei logo que veria alguma filosofia barata, destas que a gente mata logo a xarada, e nem precisa pensar muito. Mas estava a fim de filosofias baratas mesmo.
Sem contar que adorei (confesso) "Brida" e "O Alquimista".
A Veronika é aquele mulher de origem classe "mérdia" alta, bem infeliz porque é rica, linda, tem uma família amável e, além disso tudo, é bem sucedida profissionalmente.
Falando sério agora... Não é a vida perfeita dela que coloca a moça diante da própria morte. Ela não vê sentido pra vida, já que não pôde ser aquilo que realmente desejava. Queria seguir a pianista que pulsava dentro de si, mas os pais a orientaram para outros caminhos profissionais mais rentáveis.
O desiquilíbrio interno com o ambiente externo a conduz para o precipício da morte. Acha a vida permeada de ideias de felicidade impostas e todas as pessoas cópias umas das outras, além de hipócritas.
Bem, o fato é que se levarmos em consideração tantos filmes vazios que há por aí, este meu texto, na verdade, representa uma bandeira branca levantada em prol da obra de PC. Não é ruim assim como falam, pôxa vida!
O filme se passa, o tempo todo, com cenas internas do apartamento em seguida do manicômio onde é internada. A esta cenas se contrapõem algumas paisagens de verde externa. Até que, no final, imagens de liberdade e de paixão pela vida rasgam a tela: pôr-do-sol, mar, ruas, ônibus, gente andando de um lado pro outro, casal apaixonado.
À paisagem inicial de suicídio de Verônika se contrapõem as novas de Vida que o amor lhe desperta! Um amor que parece lhe explodir nas veias em cenas de vontade de viver.
Vi remexidos sentimentos que me atrevessam todos os dias... Estavam ali personficados noutra história, de ficção, mas verossímel. A sede de viver cada minuto como se fosse o derradeiro, a sensação de estar enlouquecendo diante das disparidades... eis aí a lista de algumas ideias que frequentam as terras insólitas do meu coração.
Mi*

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Para tudo existe a primeira vez

Pela primeira, fui ao cinema sozinha hoje à tarde. O dia frio parecia o mediador entre mim e a telona, a pipoca... A princípio, saí de casa me sentindo autossuficiente e independente. Afinal "Mulheres modernas fazem programas sozinhas, oras!".
Procurei me sentir bonita e aquecida, comprei a entrada e entrei na fila.
Depois, fui às Lojas Americanas, comprei aquele pacote de Passatempo com cobertura de chocolate, além de uns chocolatinhos que como, desde a infância (Prestígio e Chokito).
Entrei, sentei, tudo corria bem e correu, claro.
O filme começou e paralelo a ele, começaram também o desfile de algumas imagens em minha memória.
Lembrei de quando vi o "Titanic" há mais de dez anos {1998} com Aécio, Gabriela, Ivana, Bê, Jack, Marize, Rosana e meu irmão Diego. Depois, lembrei (naturalmente) das noites de sábado em que ia ao cinema com o pessoal, com a minha família do coração que acabei perdendo.
Relembrei do pai trazendo nas mãos vários copos de Coca-cola, se equilibrando com os Kuat's. Revivi os comentários após (e mesmo durante) o filme. Gostei de acessar estas lembranças.
Às vezes, é mesmo preciso um pouco de solidão para resgatarmos lembranças guardadas na memória. Sorri com as alegrias da vida antiga, chorei de saudades. Mas me senti feliz. Foi mais um momento só meu e das minhas recordações.
Mi*

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