terça-feira, julho 21, 2009


Do cume de um verso...

Do alto de um verso, os olhos tentam seguir a reta linha da folha. As letras se equilibram num fio tênue que, zigzagueante, conduz meu olhar por suas esquinas, curvas e paradas. Entre uma e outra palavra respiro nas pausas dadas dum breve espaço. Daqui do cume do poema, vejo a narrativa sinuosa descer folha abaixo, como rio que despenca em cachoeiras. Folha em branco, és meu rio. Renasço em ti. Certidão de nascimento por onde me invadem os ares renovados de cada verso. Daqui do cimo das montanha-palavras, vejo a cascata de sonhos desenrolarem em vogais miúdas, um sobe e desce de maiúsculas e minúsculas. Pontos e vírgulas. Palavras nômades, turistas no meu coração... Escrevo-me e viajo por este rio-palavras, descendo até às profundezas das águas escuras que se tornam claras dentro de mim.
Mi*

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