quarta-feira, abril 29, 2009

(Imagem: blogue Ricardo Kelmer)
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"As brumas de Avalon"
(Marion Zimmer Bredley)
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Há uma semana, comprei a coleção de "As brumas de Avalon".
Estava caminhando por alguns sebos, sem imaginar que fosse encontrar uma preciosidade por tão baixo preço. As oportunidades dos compradores de livros são muito importantes, os deuses conspiraram!...
Consegui os livros por um precinho que foi inventado pelos deuses pra mim!
Havia me programado para lê-los nesta altura do ano mesmo.
Contudo, sabia que a grana estava curta, então talvez fosse preciso adiar um tanto mais. A coleção completa, em bom estado, é cara...
Comecei a devorar o primeiro livro e me entreguei à leitura como uma amante entrega-se completa e apaixonadamente ao objeto amado.
Fui identificando as semelhanças com o filme (muito bom tb, mas sucinto), tb compreendi que é difícil acomodar quatro livros numa adaptação para filme.
Acho que um complementa o outro, sendo que o livro pode substituir o filme, quando seu leitor-amante for aquele bem abastecido de uma palavra mágica: imaginação.
A cada página virada, os personagens parecem mais vivos e mais presentes, como pessoas com quem estou convivendo durante estas semanas.
É pena saber dos desfechos de alguns deles; afinal, em literatura é quase sempre certo os finais indesejáveis.
Morgana encanta... as alegorias fascinam! Fico observando uma a uma, como quem contempla as mais belas paisagens livrescas... É como se a energia do livro permanecesse comigo, mesmo depois de cada página deitada sobre a outra... A nergia fica ao lado quando adormeço. (Lembrei da Elisa, uma ex amiga, uma fada que me fazia companhia, uma amizade que, por mtos anos, encheu meu coração de alegrias).
Outra noite, quando estava quase pegando no sono, sonhei com a bainha da espada de Artur, feita por Morgana... Via de perto os símbolos que ela, em transe, havia bordado. Senti falta do meu tricô que anda encostado na gaveta, esperando que mãos ágeis o termine.






A energia da história está tão empregnada que até me voltei para meus tarôs novamente, peguei-os da prateleira dos livros. Abri a toalha branquinha, estendi-os sobre ela. Baralhei-os. Acaricei as imagens... perdi-me por alguns instantes nas lembranças do que diz cada uma delas. Sorteei "A Temperança". Quem entende um pouco de Tarô sabe que é uma carta muito especial, quanto mais não seja... é uma das minhas duas favoritas, competindo com "A Imperatriz". Aquela da linda mulher grávida, a Mãe-Terra esperando sua Perséfone . Nenhuma imagem é vazia. São como um longo texto dito numa única e congelada figura... Enquanto estiver vivenciando esta deliciosa experiência literária, vou anotando aqui as sensações, mapeando o livro a lápis. E são sempre tão boas as sensações, pq entro, estreitamente, em contato com algo muito sensível e particular de mim mesma. Ontem, quando ia a caminho da aula, recomecei a olhar pra Terra de uma maneira especial novamente. Sempre me sinto assim quando releio "Brida" (PC). Paira um ar de misticismo, de "brumas avolonianas" (hahaha) ao redor... E é bom sentir tudo isso me atravessar, com um raio de Sol que vem de longe.... mas me alcança, me enche de vida...

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