segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Isn't ironic?

Parece engraçado, mas com toda esta tecnologia da sociedade ultra moderna da qual faço parte, ainda sinto falta de escrever a punho. A impessoalidade da tela, a ausência da caligrafia que me identifique, tudo isso me provoca estranhamento, e em virtude disso, surge um certo desânimo de escrever...
Acho que, por isso, tenho escrito cada vez menos sobre minhas impressões de vida...
Ontem foi dia de Iemanjá. Minha prima Mille (esta loirinha que aparece comigo nas fotos), esteve na praia lhe fazendo oferendas. Iemanjá (Janaína, what ever!) é uma linda imagem feminina de Deus, da Deusa.
Uma versão... amostra de sua existência, pq estiluma a credibilidade das pessoas em algo além de seus próprios limites visíveis.
Fiquei pensando que, na adolescência, eu e Jack fomos até o Rio Vermelho lhe deixar umas flores brancas...
Naturalmente, meus olhos pagãos, hoje, alijou para longe qualquer comportamento de crendice, mas às vezes, tento encontrar aqueles antigo olhar que eu tinha...
Olhar entusiasmado, sempre à procura e mais crente...
O lado bom é que estou menos ansiosa, mais segura e mais certa de que o mundo é povoado de disparidades. Não há mal nenhum nisso.
Lembro que, aos dez anos, comecei a questionar acerca das verdades absolutas nas quais tentam nos enfiar guela abaixo, sobretudo qdo pequenos.
Hoje, questiono apenas o fato de, nas religiões, haver muita adoração.
E se houvesse um equilíbrio?
Uma balança que nos ajudasse a medir certas coisas?
Poderíamos aprender a adorar a nós, uns aos outros e a diversidade da vida.
Mas as religiões nos querem só para elas... Nos vêm com esta idéia de que “Deus é ciumento”. Deus (se ele há, e por certo existe de alguma forma) não deve ser ímã de sentimentos mesquinhos como o ciúme.
Quem já se viu?! Ciúmes...
Temos o direito de escolher nossos deuses.
Ele existe, decerto. Mas a forma de o sentirmos é diferente há milhares de anos.
A minha pena é ver que as pessoas ainda não compreendam isso, mesmo em dias atuais.
As religiões deveriam apenas nos religar a nossa interioridade. Esta é origem do verbo.
Gosto daquele velho cumprimento budista “Namastê” (O deus que há em mim saúda o deus que existe em você”.
Sempre achei coerente esta saudação, em que as mãos se unem e se abaixa a cabeça em sinal de respeito à “deusidade” do outro.
Inventaram tantas coisas desde a existência do primeiro homo-sapiens.
Uma infinitude de avanços tecnológicos...
Todavia, ainda nos falta quem invente a balança para medirmos nosso grau de bom-senso, ou o respeito pelas opções alheias.
Bem, mas se eu mesma não respeito esta minha vontade louca e obsoleta de escrever com esferográfica num reles papel? Não posso exigir nada da humanidade.
Ela (eu, nós) sempre foi assim...
Diary/ Mi*.

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